Quem gostou de Marley & Eu vai adorar a emocionante história de como um jovem insatisfeito com a agitação da cidade grande aprendeu a viver e achou um sentido para a vida ao lado de um cão labrador
Fábio Lamachia era um jovem escritor paulistano de um livro só, o coração dilacerado por um amor frustrado e inconformado com a rotina alucinante da cidade grande quando decidiu largar tudo - inclusive uma carreira promissora - para cair na estrada em busca de aventuras e de um sentido para a própria vida. Encontrou um cachorro labrador preto muito louco, um filhote amarelo sensato e calmo e uma sueca tão aventureira quanto ele, e que acabou lhe dando uma filha, no meio de aventuras engraçadíssimas, enquanto cruzavam, de jipe, as mais improváveis e surpreendentes paisagens do território brasileiro, do litoral ao sertão. Se você gostou de Marley & Eu, vai adorar essa história emocionante de como uma pessoa descobre o Brasil e a si mesmo, num exemplo de superação. Meu Chapa (Geração Editorial-Ediouro, 224 págs. mais caderno fotográfico colorido, R$ 29,90) não é apenas mais um livro sobre cachorros e como os seres humanos se relacionam com eles. Mais do que isso, é a história de como uma pessoa em conflito resolve seus dramas interiores e encontra a felicidade. Enquanto vive aventuras engraçadas e envolventes. Fábio Lamachia, rejeitado pela ex-namorada, insatisfeito e inconformado com a própria vida, e já no limiar dos 30 anos, resolve romper com tudo e começar de novo. De espírito aventureiro - já passara quatro meses trabalhando numa mina de esmeraldas, aventura que narrou em seu primeiro livro, Sonho Verde - ele pega a estrada outra vez, agora definitivamente. Quer ser um andarilho, nada mais, e dedicar-se a seu projeto de vida: escrever sobre o que viveu. A solidão leva-o e buscar uma companhia - um cão, vá lá, que ele comprou com o dinheiro da venda de sua prancha de surfe. É este cão tresloucado, cheio de defeitos, que vai literalmente ensiná-lo a viver. É na companhia desse bicho desengonçado e trapalhão que Fábio começa sua aventura rumo à felicidade e ao autoconhecimento. Chapa é pouco disciplinado, rebelde, travesso, e está sempre aprontando confusões. Mas é com esse cachorro danado de doido - e com o companheiro sereno que surge no meio da história, o labrador amarelo Farofa - que Fábio descobre o que significa dedicar-se um ser vivo integralmente. O jovem insatisfeito que fugiu da cidade grande em busca de um caminho acaba encontrando vários. E um sentido, claro, para a vida. É Chapa - o companheiro constante - que o jogará nos braços de Jenny, uma arquiteta sueca que também - e aí começa outra história - abandona tudo para seguir o namorado que será o pai de sua filha. Ancorado atualmente em Trancoso, do lado de Porto Seguro, na Bahia, com seus cachorros já adultos, a mulher e a filha Lorena, Fábio explora o turismo e começa a dedicar-se a seu projeto de vida. História de vida Era setembro de 2003, Fábio não completara ainda 29 anos, quando, frustrado com uma desilusão amorosa e o sucesso apenas relativo de seu primeiro livro Sonho Verde, sobre sua experiência de quatro meses numa mina de esmeraldas, decide deixar um emprego promissor na área de marketing e cair na estrada, sem rumo mesmo. "A dor é muito recente", escreveu ele no livro, "e reverbera, entre rejeição, raiva, angústia, recriminação... uma tremenda e negativa mistura que reflete como veneno sobre a auto-estima. Desilusão e um monte de perguntas sem resposta." E continua: "Meu rumo é a Bahia, onde quero morar e trabalhar. Procuro um porto onde fixar a base que vai me permitir viajar sem rumo pelo Nordeste, em busca do que a natureza oferece e das criaturas que ali vivem. Preciso acrescentar adrenalina à minha vida, que eu venho arrastando em tons de cinza e sem nenhuma felicidade". Na primeira escala, Camaçari, perto de Salvador, ele encontra um casal de amigos e o filhote de labrador que comprará com o dinheiro da venda de sua prancha de surfe e batizará de Chapa. Decide que o cachorrinho não usará coleira nem será treinado - crescerá livre, ao lado do dono que também procura, sem amarras, a liberdade. O novo companheiro se revela um enorme trapalhão. Morde e estoura bolas de plástico na praia, arranha portas em pousadas, "come" pés de mesas e de camas, invade um consultório dentário durante um tratamento de canal, enlouquecendo a dentista, despenca de uma cachoeira a dezenas de metros de altura - e sobrevive - persegue implacavelmente galinhas e patos. É este Chapa - num dos rápidos retornos a São Paulo - que, num passeio, "apresenta" Fábio à arquiteta Jenny, uma sueca inquieta que também ama cachorros e parecia apenas esperar que um deles lhe levasse ao amor de sua vida. Jenny comete a aparente loucura de acompanhar Fábio em suas aventuras - estão juntos até hoje, quase cinco anos depois. O livro, que diverte e comove, termina com o nascimento da filha do casal, Lorena - um sensível e emocionante capítulo sobre o amor. Na tranqüilidade de Trancoso, com Jenny, Lorena, Chapa e Farofa, Fábio Lamachia passa seus dias, atendendo turistas com seu jipe e escrevendo. Ele já prepara seu terceiro livro. Voltar para São Paulo? Nem pensar. Livro: Meu Chapa - Aventuras pelo Brasil com um cão muito louco Autor: Fábio Lamachia Número de páginas: 224 Preço: R$ 29,90 Edição: Geração Editorial-Ediouro (www.geracaoeditorial.com.br)
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