O problema de congestionamento da Praia Grande já caiu no esquecimento e, em seu lugar, entrou a Ocupação do Solo e o Plano Diretor, outra vez. Conforme foi publicado no Jornal A semana do dia 02-08-2007, página 12, quê: Só o advogado, que prestou ou ainda presta Assessoria Técnica e jurídica para acompanhamento dos trabalhos do Plano Diretor, recebeu; por apenas 06 meses, R$ 41.400,00. Imagine os outros componentes da comissão... O saudoso funcionário e colega BIP, todas as vezes que na prefeitura se falava em criar uma comissão para se apurar a veracidade sobre qualquer irregularidade, ele logo dizia: COMPADREZINHO... ISSO NÃO É UMA COMISSÃO, É UMA COMEDEIRA! Imagine hoje. A última notícia que eu li sobre o projeto de reurbanização da praia Grande, foi publicada no Jornal A CIDADE, em 14 de janeiro de 2006, quando foi entrevistado o presidente da Câmara, Dr. Ricardo Cortes, que se dizia muito preocupado em buscar melhorias e qualidade de vida para toda a comunidade de Ubatuba. Aí... Dr. Ricardo! Na tela, ao vivo e a cores, três sugestões para o senhor escolher e, também para o senhor Prefeito; reflitam bem! E não esqueçam que a prioridade é A FLUIDEZ DO TRÂNSITO COM ABSOLUTA SEGURANÇA DOS PEDESTRES. Esta simulação, por ter sido traçada em cima de uma foto do ano de 1996 mostra bem a noção real do problema, portanto, já se passaram 11 anos, e nesse espaço de tempo, a situação agravou-se ainda mais. Com a permissão da construção de novos prédios (coisa que não podia ter acontecido), aconteceu, e continua no canto norte da praia, no Canto do Morrinho como é chamado pelos caiçaras. Os mesmos políticos que permitiram esta imbecilidade, com anuências dos prefeitos pós Matarazzo, hoje, demagogicamente fincam bandeira em defesa de uma situação que eles mesmos criaram, e sustentaram até hoje. Agora, cinicamente pedem a participação dos munícipes, como se eles tivessem força suficiente para resolver o problema. Ora! Se tivessem força, teriam impedido a obstrução, e agora, já teriam desobstruído a avenida Profº Lauristano. O arquiteto Renato Nunes defende o seu projeto de reurbanização com modificações radicais, utilizando a urbanização existente às margens da rodovia SP-55. Só não foi falado se neste projeto está incluso a avenida marginal invadida a partir da divisa do loteamento Praia do Sol, que mostra visivelmente o estreitamento. O projeto foi apresentado à população em audiência pública no dia 18/01/2006 as 19h30, no recinto da Câmara Municipal, apresentado pelo autor. No decorrer da apresentação, foi aquele vuco-vuco, entre prós e contras, e semanas depois ninguém mais falava sobre o assunto. Meses se passaram, e todo mundo calado. A temporada de fim do ano vem chegando e o congestionamento também. O feriado de 7 de setembro mostrou bem como será. Agora, não se sabe quem está em pior situação, se é a praia Grande ou a Santa Casa. Os doentes e acidentados, vão morrer na travessia ou na Santa Casa. É nadar, nadar, e morrer na praia. Não seria mais sensata, a colocação de uma placa de advertência, no morrinho que separa a Toninhas da Praia Grande com os dizeres: NÃO TENTE FAZER ESTA TRAVESSIA, É MAIS RÁPIDO E SEGURO, REMOVER OS DOENTES E ACIDENTADOS PARA A SANTA CASA DE CARAGUATATUBA, OBRIGADO. A imprensa local está calada. Ouvi dizer, que vai vir uma verba para reurbanização da praia Grande, somente na faixa da praia, que é uma reivindicação antiga dos “donos” de quiosques. Se isso for verdade, como vai ficar o projeto do arquiteto Renato Nunes? Vai pro vinagre? Mais dinheiro jogado no lixo, e de retalho em retalho, vão detonando a cidade. E os vereadores fazem o que? Vou repetir quantas vezes for necessário: O loteamento Jardim Praia do Sol, na praia Grande, foi o único que respeitou os 25 metros de domínio da faixa do DER, a partir do eixo da rodovia, + 15 metros da Av. Marginal, e + 4 metros de recuo obrigatório para dar início às edificações, perfazendo um total de 44 metros de recuo a partir do eixo da Rodovia SP-55. Isso é o que deveria ser exigido pelos sucessores a todos os loteadores e, principalmente dos proprietários dos lotes lindeiros a rodovia. Era lei! E ainda é. E no governo Matarazzo, cumpriu-se religiosamente, mas os sucessores, não mais fiscalizaram, deixando ao bel-prazer. Será que têm vereadores e prefeito MACHO, para fazer essa retomada? Ou vão deixar o interesse pessoal de alguns, se sobrepor aos interesses da cidade? Ou vamos empurrar com a barriga para o próximo prefeito? Espero que o nosso prefeito Sr. Eduardo César, use as mesmas armas que usou na retirada do Parque da avenida Iperoig, no projeto praia Grande. Na equipe do Planejamento e Urbanismo do governo Matarazzo onde eu me incluía, sob o comando do competente topógrafo Roberto Carlos Norris Nielsen, não existia o “Amigo do Rei”, todos os munícipes eram iguais. Coisa que há muito não se vê. Exemplo: O Dr. Wladimir de Toledo Pizza era o homem forte do governo Matarazzo, era Deus no céu e ele na Prefeitura, nem assim conseguiu a aprovação desejada para o seu loteamento na praia do Tenório. Sua luta foi em vão, para que a diretriz dada pela equipe de Planejamento e Urbanismo fosse reconsiderada; uma das exigências era a inclusão de uma avenida com 30 metros de largura, em projeção da reta da praia Grande, passando pela frente do seu loteamento até atingir a Av. Leovigildo Dias Vieira, na ponte do cais do porto (Rio Acaraú). Esta avenida seria a entrada da cidade pelo lado sul, e a saída, pela rua Capitão Felipe. A avenida está lá por testemunha, hoje leva o nome de Matarazzo, anos depois dividiram em duas, enfim, foi estraçalhada pelos sucessores (Isto é vergonhoso!). Lutamos tanto... para nada! Em um fim de tarde, chega o Dr. Pizza babando na seção Desenho, tentando convencer o Roberto Nielsen, a desobrigar a inclusão desta avenida do seu plano de loteamento, e o pau quebrou feio. Roberto disse: - A idéia é minha, o projeto é da cidade e foi aprovado pelo prefeito Ciccilo. Fiovo Frediani era o vereador que mais freqüentava a seção de Desenho, ou melhor, eu acho que era o único, para se inteirar de novos projetos. Sábado dia 03-03-2007, encontrei com o Fiovo, na feira, e disse-lhe que iria relatar este fato. Fiovo tomou um susto, encheu o peito e disse: - Pode escrever que sou testemunha. Eu estava lá nesse dia - e acrescentou um riquíssimo detalhe: - Roberto falava tanto, defendendo esta avenida, que os respingos de cuspe que saia de sua boca pulverizaram a planta do Plano Viário, que se encontrava estendida sobre a mesa na hora da explanação, provocando o enrugamento do papel vegetal. Foi divertido. - Realmente, este detalhe eu tinha esquecido, mas pudera! Uma discussão ferrenha, entre o chefão e o chefinho, não deu para gravar este detalhe. De tudo que eu já relatei, minhas anotações não ultrapassam 15%, o restante está gravado no meu cérebro, esta fantástica máquina humana. Esperamos que este episódio sirva de exemplo para os engenheiros de hoje, que trabalham na Prefeitura ou fora dela. Se espelhem no topógrafo Roberto Nielsen, parem de se defenderem e defendam mais a cidade, de todas as obras que a prejudiquem. Prezados leitores notem bem que as obras públicas em andamento na cidade, por exemplo: avenida Iperoig (Centro) até a avenida Gov. Abreu Sodré (Perequê-Açú) estão se tornando obras intermináveis, os acabamentos finais nunca são concluídos, estão sempre sendo reformados, tornando-se uma eterna reurbanização da reurbanização. Notem quê, nem o autor desses projetos teve a coragem de colocar o seu nome na placa obrigatória informativa da obra. Todo mundo tirando da reta!
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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