Nenê Velloso

Eu defendo primeiro o projeto Matarazzo, depois o alternativo. Ambos são uma via expressa, é o que a praia Grande precisa. Depois da via expressa liberada ao tráfego, abriria a estrada do Rio Escuro, o bom seria simultaneamente, aí poderíamos nos dar o luxo de fecharmos a Rodovia SP-55 do trecho da praia Grande, dando acesso à praia somente pelas ruas internas dos loteamentos. Sendo determinantemente proibido qualquer tipo de comércio na praia. QUIOSQUES? NUNCA MAIS! A avenida Profº Lauristano Olinto de Carvalho, está desimpedida até a rua Engº João Ortiz é o (existente). Ponto pacífico. O trecho em vermelho tem que se desapropriar, e é de se lembrar que, muita gente construiu irregularmente, por isso, todas as aprovações dos prédios neste trecho tem que ser revistas. Isto pesa muito na hora da desapropriação.

Hoje, na minha opinião, ficaria com a pista alternativa (amarela), de visão panorâmica deslumbrante. Defendo também a implantação de um belvedere e um memorial homenageando os moradores primitivos, conforme já relatei em Construindo o passado II. É de se lamentar também que enquanto a nossa excelente malha viária do passado vem se fechando, já se travando de vez em alguns pontos, eu vejo os nossos políticos muito mais preocupados em construir casas populares para migrantes invasores de áreas públicas e de reservas ambientais. Esse pessoal deveria ser incentivado a voltarem para suas origens, jamais fixá-lo.

Esta administração bem como as anteriores estão se esquecendo da estrada do Rio Escuro, que já se encontra obstruída, em alguns trechos resta apenas 5 metros de largura. No governo Matarazzo, nós projetamos esta estrada, com a reserva de uma faixa com 25 metros de largura, a partir do eixo do caminho existente de ambos os lados, perfazendo 50 metros. O mesmo fizemos no bairro do Ipiranguinha, e ambas foram vítimas dessa inoperância galopante e solene, dos prefeitos sucessores de Matarazzo.

Agora, está avançando para o Centro, veja a avenida Iperoig com mão única, fala-se em prolongar o nojento calçadão, que para tanto, já foi fechado o acesso à avenida Iperoig, e assim nós vamos detonando tudo! A calçada de 9 metros da avenida Bráulio Santos, no loteamento Cidade Carolina, há tempo vem sendo invadida, a começar pela Elektro, que transformou parte da calçada em estacionamento; acidente fatal já aconteceu no Ipiranguinha, por conta do estreitamento das vias públicas.

Considerando que este projeto de desvio da rodovia SP-55 no trecho praia Grande, de 1967 – Gestão: Francisco Matarazzo Sobrinho (Ciccilo) -, se tornou um sonho para os ubatubanos, que os sucessores transformaram em pesadelo para a cidade ao custo de 22 milhões de reais. Reflitam! Se o projeto Matarazzo tivesse sido implantado, toda essa (grana preta), poderia ser aplicada na construção de um novo hospital ou mesmo na nossa tão combalida e primitiva Santa Casa de Misericórdia, se não fosse a inoperância de nossos políticos e dos sucessores. E agora, com a maior cara-de-pau, por intermédio da Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba), pretendem construir um memorial para homenagear Matarazzo. São mestres da ironia.

Considerando que já se passaram 10 sucessores e estamos no final do mandato 11º, nada mais justo que o prejuízo causado pela inoperância desses “administradores” fossem rateados entre eles na forma de indenização para a cidade, a bagatela (PARA ELES) é de R$ 2.000.000,00. Gravem isso no bronze do memorial, que vocês detonaram todos os projetos do prefeito Matarazzo, riram, zombaram, ocultaram sua passagem por Ubatuba, negaram-se a implantar seus projetos e não satisfeitos, destruíram seus projetos dos arquivos da Prefeitura, durante esses 38 anos. Agora, cinicamente contrataram um jornalista, certamente a peso de ouro, para rastrear todas as matérias já publicadas gratuitamente, sobre Matarazzo.

E, diga-se de passagem, só tomaram essa iniciativa depois do sucesso alcançado pela publicação da série CONSTRUINDO O PASSADO – I e II, que até hoje, já foram visitadas mais de 10 mil vezes. E não se iludam os leitores, que a Fundart, ou sei lá quem foi que tomou essa iniciativa, não por se sentirem constrangidos ou envergonhados, ou coisa que o valha, porque esse pessoal não conhece isso, se conhecesse, implantariam um de seus projetos, que eram e ainda são, primordiais para a cidade. Ubatuba só vai sair dessa estagnação, após a implantação de todos os projetos Matarazzo. Como dizia o autor desses projetos, o topógrafo Roberto Nielsen — Isso é ponto pacífico.

E nada melhor para homenageá-lo do que a implantação de apenas um, das dezenas de seus projetos. Este, sim! É o verdadeiro memorial. É por isso, que na minha opinião, essa homenagem tardia, eu considero ofensiva à memória do PAI DA BIENAL, E EX-PREFEITO DE UBATUBA. Tudo isso me provoca náuseas. Eu estou de luto!

Se optarem em implantar o belvedere, pelo amor de Deus! Não vão colocar quiosques, bancos para juntar desocupados, carrinho de lanche e ambulantes em geral, NEM PENSAR! Ali deverá ser um local especialmente arborizado com arbustos nativos, para os turistas iniciarem o seu roteiro fotográfico em Ubatuba, tornando-se capas dos álbuns de famílias. E novamente pelo amor de Deus! Não vão plantar esses coqueiros sem-vergonha que vocês encheram a cidade, e de outras árvores que não tem nada a ver com Ubatuba.

O único coqueiro que pode ser plantando ali, e deve ser em todos os logradouros públicos, é o coco pati (o ereto e solitário patieiro, um dos símbolos caiçara), que sempre esteve presente no cotidiano dos caiçaras, no café da manhã e da tarde, acompanhado com uma boa farinha de mandioca bem torrada, e também da linha da cumeeira ao esteio das casas, dos ranchos, aos rolos das canoas, e na floresta saciam a fome dos animais roedores, pacas, cotias e outros.

Parabéns, senhor Prefeito! Pela retirada do Parque. Está vendo a força que o prefeito tem quando quer? Por que o senhor não aproveita, e dá o mesmo destino do parque aos quiosques, em primeiro lugar os do Itaguá, Feira Hippie, Centro de Informações Turísticas, as casas da rua Guarani, ao Terminal Turístico na praia do Perequê-Açú. Limpe a orla! Faça isso, aí o senhor estará avançando, não 20 anos como foi publicado, mas 43 em 4, aí, eu e minha família, poderemos nos sentir orgulhosos de termos votado no senhor.