Confira as vantagens e os cuidados que devem ser tomados antes da adesão
Quem pretende comprar um imóvel a prazo pode escolher entre duas opções: consórcio ou financiamento. As diferenças são muitas e, por isso, apresentamos os principais prós e contras das duas modalidades para você analisar qual a melhor alternativa para seu perfil. Os consórcios são grupos de autofinanciamento de bens com a contemplação através de sorteio ou lance. Optar pelo consórcio é mais comum para a classe média e, ultimamente, vem ganhando mais força junto a este público, até mesmo pelo crescimento do mercado imobiliário brasileiro nesses últimos meses. Por outro lado, como os bancos vêm lançando uma infinidade de novas vantagens e opções de financiamento, reduzindo os juros, aumentando a quantidade de parcelas e até mesmo oferecendo várias opções menos burocráticas para liberação do crédito, é preciso avaliar com cuidado as características de cada modalidade antes de fechar negócio. Uma das principais vantagens do consórcio é que a prestação não tem juros e as mensalidades do consórcio são constituídas pela parte correspondente ao valor do bem, somada à taxa de adesão, a taxa de administração, ao fundo de reserva e ao seguro. Uma importante diferença entre o consórcio e o financiamento está no tempo de espera. Quem decide por comprar um imóvel financiado recebe as chaves logo que fecha o contrato de financiamento. Já quem optar pelo consórcio imobiliário e não pretende adiantar recursos para um lance, tem que esperar ser sorteado e este tempo é imprevisível. As taxas do consórcio podem ser amortizadas durante sua duração, ou seja, quanto maior período do consórcio, mais diluídas serão as taxas e mais reduzido o valor das mensalidades, porém, neste caso, também diminuem as chances de contemplação nos primeiros meses. Quem opta pelo consórcio pode levar até 10 anos para realizar seu sonho, caso não antecipe uma quantia significativa para obter a carta por lance. Para quem não tem pressa de comprar o imóvel ou tem dificuldade em juntar dinheiro, o consórcio é uma excelente alternativa, pois serve como uma poupança programada que obriga o comprador a depositar certo valor a cada mês. Cuidados 1 - Custos de inadimplência Uma das desvantagens do consórcio é que se algum dos cotistas ficar inadimplente, os outros deverão arcar com as despesas para que o bem seja entregue em dia e para evitar que as contemplações sejam suspensas por uma inadimplência de algum participante, as administradoras arrecadam desde o início do plano uma quantia destinada ao fundo de reserva, que complementa o valor das cartas sorteadas. Outro ponto negativo a se destacar é que no caso de desistência do contrato, você terá que esperar que todos os participantes recebam os bens para reaver o seu dinheiro de volta. 2 - Pesquise sobre a administradora Ao optar pelo consórcio verifique atentamente a integridade da empresa contratada, quanto à pontualidade na entrega da carta de crédito, e cumprimento das responsabilidades. Confira no ranking dos consórcios divulgado pelo Banco Central se esta empresa está entre as que mais oferecem problemas aos clientes (0800-979-2345 ou www.bcb.gov.br). 3 - Um bom negócio para quem tem sorte Ao escolher o consórcio você estará submetido à sorte. Acontece que, como no consórcio você recebe o bem por sorteio (exceto no caso de lance), o tempo de espera deve ser menor ou igual ao tempo que você teria para poupar o dinheiro e dar como entrada em um financiamento. Se após pagar 1/3 das parcelas você não tiver recebido o bem, o consórcio já não terá valido a pena financeiramente. Isto porque, poupando o valor que você depositou no consórcio, o rendimento da poupança garantiria a parcela de entrada. Desta forma, você estaria isento das taxas do consórcio, e a partir daí, o financiamento se tornaria mais barato, mesmo considerando o pagamento dos juros. Pelo mesmo motivo, dar lance de mais de 1/3 do valor da carta de crédito também não é um bom negócio. 4 - Antes de tudo, pesquise o valor do imóvel pretendido Comprometer-se com um consórcio, pensando em investir apenas em parte do valor do imóvel é um negócio perigoso. Lembre-se que não existe a possibilidade de oferecer como entrada a carta de crédito e financiar o restante. O imóvel adquirido por consórcio fica hipotecado à administradora até a quitação de todas as parcelas e este comprometimento impede a contratação de um financiamento. Por isso, o ideal é adquirir uma cota de consórcio no valor suficiente para quitar o imóvel desejado. Uso do FGTS no consórcio (*) Existem duas formas de utilizar o FGTS no consórcio. A primeira é oferecer o fundo como lance, quitando a dívida do consórcio. Por exemplo, se o valor da carta de crédito é R$ 100 mil e ainda lhe restam R$ 20 mil para pagar, você pode dar um lance com o FGTS, liquidando a dívida e obtendo a carta. Mas preste atenção, o valor do FGTS deve ser maior ou igual ao valor do saldo devedor da cota de consórcio. A outra forma é somar o valor da carta de crédito com o do FGTS, totalizando preço do imóvel. Por exemplo: se o imóvel pretendido custa R$ 100 mil e o valor da carta de crédito é R$ 80 mil, poderão ser utilizados R$ 20 mil do FGTS para complementar o valor do imóvel. (*) As demais regras sobre o uso do FGTS devem ser atendidas conforme orientação do conselho curador do FGTS.
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