Os objetivos, os avanços e as dificuldades de implantação da Lei da Mata Atlântica que tramitou 14 anos e foi aprovada no fim do ano passado pelo Presidente da República foi tema do fórum "A Lei da Mata Atlântica e os Povos das Cidades, das Regiões Rurais e das Florestas", ocorrido durante o 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas (www.povosdasflorestas.org.br). A principal discussão refere-se à forma de como a Lei será implementada na prática. Zelina Lima, moradora da comunidade do Iguape explica os problemas de hoje: "O desmatamento e as grandes construções acabam atrapalhando a existência da mata e das pessoas que vivem ali, acabam com os peixes e animais da floresta". Os benefícios da Lei para a preservação da Mata Atlântica são estendidos para os pequenos produtores rurais da região, segundo explica o professor da UFSC, João de Deus. "A Lei estabelece que qualquer terreno onde haja Mata Atlântica passa a ter função social e interesse público". Segundo o professor, os benefícios previstos na Lei como o manejo e a exploração sustentável das áreas favorecerão a regeneração da Mata Atlântica aliada ao desenvolvimento das comunidades. Arnaldo Neves, da comunidade da Juréia (SP), complementa a visão do professor "Adotarmos o agricultor como parceiro será a chave para a conservação". Para Arnaldo, a Lei ajuda a população local a produzir seus bens com menos impacto e maior produtividade. Wygold Schaffer, da secretaria de Biodiversidade e Floresta do Ministério do Meio Ambiente, explicou que a Lei está caminhando e que há pouco foi estabelecido um acordo do Ministério com o IBGE para que se faça o mapeamento da área de Mata Atlântica no Brasil. "Com este passo uma das ações será a de aprimorar a fiscalização das áreas de preservação via satélite".
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