O valor é a média nacional que os Estados brasileiros desembolsam todos os meses para manter cada condenado em cadeias do País
Para manter um preso encarcerado durante um mês, cada Estado brasileiro gasta em média R$ 1.500,00. Se considerarmos que hoje a população carcerária brasileira é de aproximadamente 420 mil pessoas, o custo mensal ultrapassa os R$ 600 milhões. Por ano, isso representa R$ 7,2 bilhões aos cofres públicos. Os dados são do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Se penas alternativas e eficientes, em casos de crimes brandos, forem aplicadas no País, estes gastos poderiam ser revertidos em investimentos para educação, saúde e geração de empregos. Outro fator relevante é que, além do alto custo mensal que a população carcerária gera ao Estado, o prejuízo maior é social, ou seja, os indivíduos deixam de trabalhar e produzir riquezas para o País. Em regiões desenvolvidas dos Estados Unidos, Canadá, França, Suécia, Espanha, Áustria, Reino Unido e Nova Zelândia uma medida simples e viável vem revertendo este cenário. É a adoção de penas alternativas em que pessoas deixam a cadeia e passam levar uma vida aparentemente normal. Trabalham, estudam e contribuem para o desenvolvimento, além de terem a oportunidade de retomar a vida social com dignidade. Mesmo longe das grades, estes indivíduos não passam despercebidos aos olhos da Justiça. Eles são monitorados 24 horas por dia com o uso de sistemas eletrônicos que rastreiam todos os seus passos. A economia média que um Estado tem com a utilização desses equipamentos em substituição à manutenção do preso em regime fechado é de 50%. "Além de uma solução viável para impedir a superlotação nas cadeias, um problema grave no Brasil, estes sistemas são eficientes e seguros. Discretos, não estigmatizam o usuário e permitem que ele leve uma vida normal em vez de ser mantido numa estrutura prisional em contato com bandidos de maior periculosidade", explica o diretor da Spacecom, a única empresa do País a desenvolver um sistema de monitoramento de presos com tecnologia 100% nacional. Com sede no Paraná, a Spacecom mantém uma parceria com o Lactec - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, instituição que abriga um centro de pesquisas, sem fins lucrativos, e que utiliza soluções tecnológicas para o desenvolvimento econômico, científico e social. Juntos, eles desenvolveram o SAC 24, produto que há alguns meses vem sendo apresentado a autoridades da segurança pública de diversos estados do Brasil como alternativa penal. Como funciona O sistema todo é composto por um dispositivo preso ao pé do indivíduo monitorado (tornozeleira) e por uma pequena caixa, similar a um aparelho celular, que acompanha o monitorado em todos os lugares em que estiver. Denominada de UPR, a caixa permite que a pessoa seja rastreada por satélite e fornece todos os dados sobre sua localização. Estas informações são transmitidas em tempo real a um servidor da Spacecom e são disponibilizadas às autoridades via internet. "Qualquer tentativa do usuário em burlar o equipamento é instantaneamente detectada por um dispositivo anti-fraude e a violação é informada em tempo real às autoridades por um alarme", alerta o diretor.
|