Qual é o "caminho das pedras"?
Nélia Carvalho |  |
A lei não faz distinção entre as pessoas, iguala-as em direitos e obrigações, mas no dia-a-dia é habitual depararmos com violações a esse princípio constitucional. Os "donos do pudê" manifestam, de modo desavergonhado, suas preferências pelos "amigos". A lei, ora a lei... Questionados, os responsáveis pela manutenção da "Justiça" não dão explicações convincentes e os que deles obtêm privilégios simulam indignação, aventam serem alvos de perseguições que não existem, desviam o foco das atenções, persistem e, invariavelmente, atingem seus intentos. Ao mesmo tempo, o Estado, na contramão, tudo faz para que os caiçaras abandonem suas propriedades. Falo de áreas, ao longo do município, anteriores à existência do Parque Estadual da Serra do Mar e que não foram objeto de desapropriações. Os donos da terra sofrem com as agruras que lhe são impostas. São impedidos de proverem o sustento para suas famílias (através da terra, como sempre o fizeram). Tiram-lhes até a energia elétrica, conseguida a duras penas. São tratados como se criminosos fossem. A imagem acima retrata desmatamento que vem ocorrendo (há um bom tempo) em uma grande área, a margem da BR-101 e do rio Grande de Ubatuba, que possuía intensa vegetação nativa da Serra do Mar. No local está sendo construído um templo para a Igreja Evangélica de Ubatuba (Igreja Ágape). Uma vez que essa organização recebe vantagens, por ser de utilidade pública municipal, nada mais justo que ela desvende o "caminho das pedras", pois assim tirará os caiçaras ubatubenses do injusto martírio que lhes impuseram.
|