Sebrae e Dieese divulgam em São Paulo Anuário do Trabalho nas Micro e Pequenas Empresas
Vivemos atualmente uma situação paradoxal. O crescimento econômico e os investimentos feitos pelo governo federal trazem uma oferta maior de postos de trabalho. Em contrapartida, as empresas, principalmente as do setor de Serviços, não encontram no mercado de trabalho pessoas qualificadas para ocupar as vagas. A afirmação é do diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em São Paulo, Clemente Ganz Lúcio, que apresentou nesta sexta-feira (28), com o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, os resultados do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2007. O estudo foi realizado pelo Dieese a partir de demanda do Sebrae. "Na década de 90, as empresas investiram em tecnologia, capacitaram seus dirigentes, mas o drama é que tivemos 15 anos de desemprego, onde o empregado ficou muito tempo parado. O nosso drama é como vamos responder a esse aumento de vagas com uma demanda que está fora do mercado há anos", disse Lúcio. O Anuário é o primeiro estudo voltado para o universo das micro e pequenas empresas, com foco em três vertentes do mercado de trabalho: empregado (mão-de-obra), massa salarial e estabelecimento (número de empresas). Lúcio cita como exemplo os empregos gerados na construção civil que, nos próximos anos, devem chegar a 1 milhão. Segundo ele, já há cidades em que faltam pedreiros e marceneiros qualificados para trabalhar nas novas tecnologias que estão sendo implantadas no setor. Para Okamotto, a saída hoje para a questão da capacitação é descobrir formas criativas para aumentar a qualificação da mão-de-obra existente no País. "Nossos empreendedores estão mais qualificados e experientes e, por isso, exigem trabalhadores também com uma qualificação melhor". Segundo ele, a pesquisa mostra que em todos os setores aumentou a exigência pela escolaridade nas micro e pequenas empresas. Revela também que, em 2005, registrou-se uma forte concentração do total dos empregos no interior, com participação de 61%, contra 39% nas capitais. "E nós sabemos que o forte da capacitação está nas capitais. Como então podemos atender essa demanda que cada vez mais se desloca para o interior", pergunta o presidente do Sebrae. E ele mesmo responde: "Criar empresas de capacitação em determinados segmentos pode ser uma saída interessante, que aumenta o empreendedorismo e responde a uma demanda deprimida". Outro dado preocupante, de acordo com Okamotto, é em relação à Previdência. "Há milhões de trabalhadores que estão nas empresas formais e informais, mas não têm registro em carteira. Acreditamos que a Lei Geral possa ajudar a melhorar esse cenário, mas não vai resolver. Precisamos atitudes também em relação a isso". Para ter acesso à pesquisa clique aqui.
|