É comum ouvir de executivos empresariais especialmente de setores como o de consumo/varejo a indagação: qual é o melhor indicador para se definir a potencialidade de consumo de uma região? Embora se saiba que muitas empresas apostem em dados populacionais para traçar esta avaliação, observa-se sua precariedade por não considerarem as variações de renda e poder aquisitivo, o que pode levar a conclusões irreais onde todos têm o mesmo peso, a mesma medida. A distorção fica visível quando se analisam principalmente cidades periféricas às Capitais, aonde há grande densidade populacional, mas baixo potencial de consumo, e concentração de pessoas de baixa renda. Outro indicador muito utilizado, e até mais sofisticado, é a análise através do PIB dos municípios brasileiros, por representar toda a riqueza que é produzida em um município. Fonte que é, aliás, compartilhada por uma boa parcela de profissionais, como sendo o melhor indicador de potencialidade de consumo. Todavia, há de se considerar que a análise baseada no PIB pode igualmente apresentar inconvenientes, revelando distorções. A primeira delas é a atualização dos dados dos municípios ocorrer com uma defasagem de três anos. Para exemplificar, em 2007, tivemos acesso ao PIB dos municípios de 2004. Caso esta defasagem não seja problema para um trabalho de planejamento e análise, recomendamos ao profissional que vá em frente! Vale lembrar ainda o inconveniente do próprio indicador em si: se o PIB indica toda a riqueza produzida no município, mas produzir riqueza não significa reter riqueza. O melhor exemplo deste fenômeno verifica-se nas cidades brasileiras que têm extração de petróleo. Em geral, elas têm um valor de PIB acima do padrão, mas pontuam pouca retenção desta riqueza. Veja abaixo o ranking dos 10 maiores municípios brasileiros em 2004, de acordo com os valores do PIB: Municípios UF Ranking PIB São Paulo SP 1º Rio de Janeiro RJ 2º Brasília DF 3º Manaus AM 4º Belo Horizonte MG 5º Campos dos Goytacazes RJ 6º Curitiba PR 7º Macaé RJ 8º Guarulhos SP 9º Duque de Caxias RJ 10º Caso se decida pela análise do PIB per capita, a avaliação fica ainda mais complicada, com o surgimento de municípios nem sempre levados em consideração em uma análise das potencialidades brasileiras. Basta dizer que o município, com maior PIB per capita em 2004, era São Francisco do Conde, na Bahia, com o valor de R$ 315.208,00 por habitante. Nas posições subseqüentes, aparecem outros municípios com alguma dependência do setor petroquímico. Diante desse cenário, o melhor indicador de potencialidade recai sobre o Índice de Potencial de Consumo que leva em conta uma série mais completa de variáveis: população, domicílios segmentados por classe econômica e consumo final das famílias. Estes três dados são atualizados anualmente e permitem que se tenha uma medida atualizada e confiável da potencialidade de consumo da população, em cada um dos 5.564 municípios brasileiros. Apenas para efeito de comparação, veja o ranking dos 10 maiores municípios brasileiros, segundo o IPC TARGET-2007: Municípios UF Ranking IPC Target 2007 São Paulo SP 1º Rio de Janeiro RJ 2º Belo Horizonte MG 3º Brasília DF 4º Curitiba PR 5º Salvador BA 6º Porto Alegre RS 7º Fortaleza CE 8º Campinas SP 9º Goiânia GO 10º Com exceção do primeiro e segundo colocados - São Paulo e Rio de Janeiro -, todos os demais municípios, em ambas as comparações, ou são diferentes ou ocupam posições diferentes. Através da análise pelo IPC-Target 2007 pode-se obter ainda outras conclusões sobre os municípios brasileiros em relação ao consumo nacional: 1º as Capitais dos Estados estão perdendo potencialidade (respondem por 33,1% neste ano); 2º as regiões Norte e Nordeste vêm ampliando a fatia na participação nacional; 3º a região Sudeste vem perdendo participação no potencial de consumo; e 4º a classe C é a que movimentará mais dinheiro em potencial de consumo, em 2007. Enfim, a análise das informações do Índice de Potencial de Consumo (IPC Target) de cada município é mais abrangente, permitindo avaliações do município em si e comparações com outros municípios, das mesmas características em termos de tamanho de população, localização geográfica, quantidade de empresas, consumo per capita entre outras variáveis levadas em consideração numa análise detalhada de potencial de consumo. Nota do Editor: Marcos Pazzini é diretor da Target Marketing e coordenador do IPC Target 2007 - O Brasil em Foco (potencialidade de consumo dos brasileiros) - www.targetmark.com.br.
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