Ele gritou pelo fato que ali aconteceu; Clamou desamparado por uma compaixão já tardia, a alguém que morreu; Implorou ao sagrado ao mesmo tempo em que blasfemava alto, Diante da dantesca cena de cruel covardia. A angústia engasgava o choro; Indefeso ao choque que sua consciência ainda não entendia; A mente se enganava, achando que tudo aquilo era apenas um sonho; Terrível ilusão. Fantasia. Seu corpo trêmulo de joelhos. Desespero. Observava caído e sem vida um pedaço importante de sua própria vida. Estendido no chão frio dos acontecimentos; Um singelo rostinho tão terno entregue agora ao sono eterno. Da face do homem sangravam tristezas, vertidas de seus olhos mareados de dor; Furtivas gotas do abandono sofrido; Inúmeras lágrimas de adeus, dedicadas a um anjo perdido; Pois a fatalidade de uma tragédia para sempre levou... Seu pequeno filho querido. Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.
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