Divulgação      Bumba-Meu-Boi, pintura a óleo sobre madeira.

O Catalógo Raisonné Candido Portinari, patrocinado pela Petrobras, teve o apoio do Ministério das Relações Exteriores, que enviou circular a todas as representações diplomáticas espalhadas pelo mundo, solicitando apoio logístico ao projeto; da Fundação Roberto Marinho, por meio da Rede Globo, que fez durante quase três anos, chamadas em rede nacional e regional pedindo a colaboração do público; e da Varig, que cedeu passagens para que os pesquisadores e fotógrafos percorressem dezenas de países atrás das obras. O pré-lançamento do catálogo foi feito ontem no Rio, como parte das comemorações pelos 50 anos de fundação da Petrobras.

"O resultado foi que nós recebemos mais de três mil cartas com informações sobre obras e documentos. Isso nos levou a percorrer 20 países das três Américas, da Europa e do Oriente Médio para localizar os trabalhos. Foi um verdadeiro mutirão de instituições e pessoas de todas as bandeiras políticas, de todos os estratos da sociedade, desde a pessoa mais humilde à mais poderosa, disse João Cândido Portinari, filho do pintor, que coordenou a obra juntamente com um grupo de trabalho.

Ele disse que chegar ao fim, depois de 25 anos, o emociona, porque, em vários momentos, o grupo esteve a ponto de desistir devido às dificuldades encontradas. "Nesta última arrancada, que coincidiu com o centenário de Portinari, nós tivemos a alegria de ver que a Petrobras teve a coragem de apostar e de acreditar que conseguiríamos concluir o catálogo", ressalta o filho do pintor.

A publicação - que também saiu em CD Rom - abrange o período de 1903 a 1962, envolvendo todos os períodos e todas as técnicas do pintor brasileiro. As 4.991 obras realizadas por Portinari são apresentadas em ordem cronológica - todas reproduzidas em cores e com verbetes capazes de contextualizar desde informações técnicas até dados históricos e bibliográficos. Em edição bilíngüe (português/inglês), o "Catálogo Raisonné Candido Portinari" tem tiragem de dois mil exemplares e será distribuído para 500 instituições públicas de todo o país.

Na avaliação da Petrobras, com o lançamento do catálogo, o Brasil dá um passo decisivo na preservação de sua arte e cultura, atingindo novo patamar no cenário artístico internacional, seja pela criação de uma série de ferramentas tecnológicas e linguagens inéditas, seja pela riqueza e qualidade das informações contidas nos cinco volumes. "Até hoje, o chamado Primeiro Mundo tem reservado para si o círculo mágico dentro do qual acontece a grande arte. A partir da publicação de nosso Catálogo Raisonné, passamos para dentro desse círculo", afirma João Candido Portinari.

Ao destacar a importância do lançamento, o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, lembra que Candido Portinari carregou pela vida e pelo mundo, e estampou em tudo o que criou, o mesmo olhar do menino de Brodósqui (sua terra natal, em São Paulo). "Dispor da vastidão desta obra é a missão principal do trabalho. Para Dutra, é missão primordial da empresa contribuir, de todas as formas possíveis, para o desenvolvimento do país, preservando, resgatando e difundindo a arte e a cultura. "E um país que não se conhece, jamais será um país desenvolvido. Um país que conhece cada vez mais a obra de Candido Portinari, filho da terra e do trabalho, será, sob muitos aspectos, um país melhor", acrescenta.