Vai-te embora, água Que espero por você À beira, na calada Mais um dia a florescer Água que nasce da imensidão Morre sem direção Que apalpa o leito Quase que sem jeito Quem escolhe o teu destino? Curso, habitante, caminho? Neste turquesa imponente Na foz, se faz perene A margear rabiscos coloridos Por entre arbustos compridos Como cascalho corroído O divino canto das pedras Desce água solitária És límpida como o céu Espelho claro, eterno Transparente, como véu Quem cria as tuas ilusões? Curvas, projeções? Só sei que em ti, confio Por isso, nasceu, rio Nota do Editor: Renan Oliveira é jornalista.
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