A etapa decisiva do Circuito Paulista de Surf Profissional, que começa nesta sexta-feira, dia 30, na praia das Pitangueiras, em Guarujá (SP), será o último compromisso do ano para o surfista profissional Renato Galvão. Local de Ubatuba, ele entrou para a galeria de campeões paulistas no ano de 2002. Líder do Circuito, ele espera encerrar a temporada com mais um pódio e torce para comemorar o bicampeonato.

Depois de participar de vários eventos, Galvão, de 25 anos, está preparado para o desafio. “Foi um ano com muitas competições no Brasil, agora no segundo semestre. Graças a Deus, estive presente em quase todas e obtive bons resultados. Essas provas são muito importantes para manter o ritmo”, comenta ele que também correu a perna européia do WQS, divisão de acesso à elite mundial.

Com o risco de não poder participar de alguns campeonatos por falta de patrocínio, o ubatubense virou o jogo na primeira etapa do Paulista Profissional realizada no mês de junho. Competindo em casa, na praia de Itamambuca, ele foi o campeão. Em seguida, fechou contrato com a marca brasileira South to South, que visualizou o potencial do atleta. Daí em diante, a ida ao pódio não parou mais.

“O começo do ano foi bem complicado para mim. Estava sem patrocínio e não competi nos eventos do WQS como deveria. Todavia, agradeço a Jesus que me deu forças para continuar lutando e as conquistas começaram a vir”. Campeão brasileiro profissional em 2004, Renato Galvão se tornou bicampeão do Brasil Tour e pelo segundo ano consecutivo é vice-campeão do Super Surf. Nas etapas, venceu uma do Paulista, uma do Brasil Tour, em Pernambuco, e a última do Super Surf, no Rio de Janeiro.

Realizando um sonho – Graças ao seu bom desempenho no Super Surf, Renato Galvão foi um dos convidados para participar da nona etapa do WCT, realizada no começo do mês na praia da Vila, em Imbituba (SC). Para ele, esta foi a sua melhor participação. “Graças a Deus consegui mostrar um pouco do meu trabalho com os melhores do mundo. Para mim foi muito importante, já que fiquei mais focado no Brasil e quase não competi as etapas do WQS”.

Em sua primeira bateria, ele encarou duas feras do tour, o americano Bobby Martinez e o australiano Phillip MacDonald. “Cai na água pensando em fazer o meu surf. Não fiquei preocupado quem seria meu adversário”. Galvão não decepcionou e passou em primeiro, depois de se recuperar dentro do mar.

“Cheguei um pouco atrasado no outside e perdi o pico para eles que saíram surfando. A onda deles parecia ser bem melhor que a minha, mas quando anunciaram as notas, eles viram que a minha tinha sido boa. Até que veio uma direita para mim. Surfei forte e marquei uma nota alta. Percebi que eles se olharam e devem ter pensado: quem é este cara?”.

Na fase seguinte, Renato realizou o sonho de todo surfista. “Eu já imaginava que iria surfar com um dos tops, mas quando soube que era com o Kelly Slater fiquei amarradão. Estava realizando um sonho. Ele é meu surfista favorito. Sem dúvida, o melhor do mundo. Espero um dia poder surfar com ele, assim que eu entrar no WCT”.