O ano para o surfista Renato Galvão não poderia ter sido melhor. Após a sua primeira vitória na etapa de abertura do circuito profissional paulista, em 10 de junho, Galvão não imaginava o que viria pela frente. Sem patrocínio, ele entrou para a equipe de atletas da South to South (www.southtosouth.com.br). Disposto a retribuir o investimento, Galvão queria terminar com um título. Seu pedido foi além. Ele entra para a história do surf brasileiro ao conquistar no mesmo ano, os bicampeonatos do Brasil Tour, Paulista Pro, e recentemente, do Super Surf.

Já em casa, depois de ter torcido o pé em Fernando de Noronha onde se encontrava com a equipe, Renato foi surpreendido por um telefonema. "Foi muito irado. Estava com minha esposa assistindo tevê, e nem pensava na decisão, até receber uma ligação de um amigo dizendo que eu havia sido bicampeão brasileiro". Residente em Ubatuba (SP), a festa tomou conta. "Foi uma grande alegria, comemorei muito com minha esposa, com meus amigos. O telefone não parou de tocar", celebra.

O título do Super Surf foi decidido no dia 14, em sessão extraordinária, no Rio de Janeiro, reunindo o Conselho Executivo da Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP), que puniu, segundo o Livro de Regras da Entidade, o atleta Jihad Kohdr, por não ter comparecido ao exame anti-doping, na última etapa do Circuito. Com a perda dos pontos conquistados na Barra da Tijuca, o título passou para Renato Galvão (campeão da etapa) que assumiu a liderança no ranking.

Para o ubatubense, o Conselho Executivo agiu corretamente. "Quero dar os meus parabéns para a ABRASP pela decisão. Eles foram muito profissionais e competentes, e isso ajuda a fortalecer a imagem do esporte, mostrando que o surf é um esporte sério e que está crescendo". Mas não foi somente o título que Galvão herdou. A Editora Abril, organizadora do Super Surf desde a criação da Divisão Principal do Circuito Brasileiro, em 2000, premiou os campeões brasileiros de 2007 com um carro Space Fox, 0 km.

Se hoje, Renato Galvão é só alegria, o começo do ano para o atleta foi bem diferente. "Perdi o patrocínio, depois fiquei doente com dengue, e para complicar ainda mais, saía de cara em todos os primeiros eventos do ano". Segundo ele, em dias de luta, somente a fé para sustentar. "É por isso que digo que minha vida está nas mãos de Jesus, pois tenho a certeza que nesses momentos difíceis, Ele está sempre comigo, me ajudando e me fortalecendo".

Além de Renato Galvão, outros atletas completam a equipe de surf da South to South. Entre eles estão: Alemão de Maresias (big rider e free surf Pro); Emerson Piai (Pro); Lucinei Malas (Pro); Yagê Araújo (Amador); Aline (Longboard); Luiz Saraiva, Guilherme Ribeiro e Anjinho (freesurfers).