|
Em sessão recente da Câmara Municipal de Ubatuba o vereador Ricardo Barbosa (Ricardo Chamagás) apresentou um projeto de lei visando isentar a concessionária do serviço de transporte coletivo urbano de passageiros, do pagamento do ISSQN. Não fosse o inusitado da proposta, um absurdo em si, o projeto foi aprovado, apesar da estar revestido de flagrante desrespeito aos demais empresários da cidade. O prefeito Paulo Ramos vetou. Como é praxe, o projeto retornou à Câmara para o veto ser apreciado pelos senhores vereadores. Estava na pauta da sessão da última terça-feira. Aconteceu então um pedido digno de ser estudado em profundidade. O vereador Marcos Francisco (Marquinhos Tio Sam) solicitou adiamento. Nada demais, projetos costumam ser adiados, porém neste caso há uma coincidência que dá margem à dúvidas. Adiamento por seis sessões! Por quê não duas ou três ou mesmo quatro? Simplesmente para que o projeto seja votado após as eleições. Na data escolhida pelo "smart" edil não mais haverá a possibilidade de confrontação entre o dito e o feito. Desrespeitos aos eleitores não contarão, os votos já terão sido dados. Alguns vereadores, os de sempre, velhos conhecidos da população, vão tentar derrubar o veto e manter o projeto. Ainda que o façam, será uma ação inútil que só servirá para dar trabalho ao Ministério Público. O adiamento vergonhoso foi aprovado, como era de se suspeitar. Não vou entrar no mérito do que está por trás dessa ação nada edificante. Os leitores que tirem suas conclusões e pensem bem na hora de votar. Os seguintes vereadores se posicionaram contra o adiamento: Charles Medeiros, Domingos dos Santos, Eduardo César, Gerson de Oliveira (Biguá) e Ricardo Cortes. Queriam transparência, foram vencidos. Na ocasião o vereador Gerson de Oliveira colocou com clareza os desdobramentos que adviriam da ação cavilosa. Falou para as paredes. Vamos esperar e agir! No dia da votação desse projeto, já com prefeito e câmara delineados para o próximo quadriênio, gostaríamos que todos os homens de bem desta cidade comparecessem à Câmara. É preciso dar um basta na falta de vergonha.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
|