A administração tem seu objetivo e a idéia é focar no que se propôs a fazer. Tudo aquilo que não estiver relacionado com o objetivo será ignorado. Assim, como o humor revela como anda o ânimo de uma pessoa, o que um homem faz é a exteriorização do que ele pretende. Asfaltar a periferia em detrimento do corredor turístico é claro indício que não há a menor intenção de se fomentar o turismo, muito pelo contrário. Tem quem acredite, que armadores estarão sentadinhos numa marfinite, entre um buraco e um remendo, na calçada da Leovigildo observando passageiros extasiados com as maravilhas que serão vistas no trajeto Iate Clube Tamoios / praia Grande contabilizando quanto de cada US$ 50 / per capita será gasto no comércio local. Santa ignorância. Mas o tempo é célere e lá se foram três anos e a mamata está chegando ao fim. Muitos na busca frenética da sua valorização pessoal se esquecem que o homem também vale pelo que não faz, já que muito faz quem não atrapalha. Fique quietinho. Parece brincadeira, mas aconteceu, um secretário em plena via pública advertindo um garoto que estava distribuindo panfletos, lamentável. Se o secretário interagisse com a mídia e deixasse o puxão de orelhas para a Guarda Municipal, a matéria fazendo um comparativo entre a Praia Grande de Santos e a Praia Grande de Ubatuba não teria sido tão vergonhosa para o município. Mas e daí, mesmo que todos os 2.000 passageiros desembarquem em terras Tamoias (duvidando) o que vai refrescar? Que diferença faz 2.000 em um universo de 200.000, ou mais, que estão no município no verão? Um aspone retruca que é um mero ensaio, não é para valer, é um teste para os armadores (sentadinhos na marfinite observando tudo!) decidirem se aqui vai ser parada ou não. Esse não é o momento adequado para esse ensaio/teste, o município está trabalhando no limite de sua capacidade. Poderia ser feito em outra data, seria mais inteligente. A pergunta que fica é: como fica a imagem se algo não for bem preparado? Banindo as normas do prazer da excelência, da qualidade e da estética, coloca-se em risco a imagem, a satisfação e fidelidade. Isso não é bom. Ninguém fala de estratégias para a economia de água e energia, redução de lixo, reciclagem de materiais, segurança e saúde publica, placas com nomes de ruas e logradouros públicos, tapar buracos, moralizar trânsito das “bicicretas”, acesso as praias, lixeiras nas ruas, resgatar rios e cachoeiras, das invasões e desmatamentos, redução de fluxo migratório, fumacê, blablablá... mas dos navios e futebol fala-se muito.
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