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Economia e Negócios
08/01/2008 - 08h01
Temporada recorde de cruzeiros aquece a economia
Vanessa Brito - ASN
 
O litoral brasileiro vai receber na temporada 2007/2008 cerca de 430 mil cruzeiristas em 23 destinos, que vão de Santa Catarina ao Amazonas; número é recorde histórico

A costa brasileira está em festa. Até abril, está ocorrendo a maior temporada de cruzeiros marítimos de cabotagem da história do País, com início e fim no Brasil. Aberto em outubro de 2007, o circuito abrange 23 destinos entre Santa Catarina e Amazonas.

Nos portos brasileiros, chegam 430 mil cruzeiristas em 14 navios de bandeiras estrangeiras. O número representa 29% a mais que na temporada passada (2006/2007), de acordo com dados da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar).

Em 2006, foram pagos mais de US$ 20 milhões em comissões a agentes de viagens brasileiros e 330 mil hóspedes embarcaram em cruzeiros marítimos na nossa costa, representando um acréscimo de 56% de passageiros, em relação à temporada anterior. Entre novembro de 2006 e março de 2007, a venda desse tipo de viagem gerou uma receita bruta de cerca de US$ 202 milhões e mais de 3,7 mil empregos diretos.

Esses números animam, especialmente, o segmento de agentes de viagens, em que o assunto recorrente é a perda de receitas. Na temporada 2006/2007, o incremento nos comércios locais onde aportam os transatlânticos de cruzeiros de cabotagem foi da ordem de 40%, segundo a Abremar.

Os oito mil quilômetros da costa brasileira são a bola da vez no segmento de cabotagem marítima internacional. Além da beleza das nossas praias, do jeito afetuoso do brasileiro de receber e entreter os turistas com atrações que vão da gastronomia até a música e danças populares, há um motivo contextual externo que está trazendo navios internacionais e cruzeiristas ao País. É que os mares do Caribe e do Mediterrâneo estão com sua capacidade saturada, devido ao aumento do fluxo de navios europeus e norte-americanos nos últimos anos.

O movimento crescente de navios de cruzeiro de cabotagem no Brasil, nos últimos anos, gerou a criação da Abremar em janeiro de 2006. "Estamos trabalhando junto aos órgãos competentes para melhorar a infra-estrutura portuária nas áreas de embarque", diz Adrian Ursilli, vice-presidente da entidade. Outro trabalho que a Abremar está fazendo é avisar, com antecedência, as autoridades locais sobre a agenda de chegada dos transatlânticos lotados de turistas. Eles transportam entre 700 e 2,8 mil passageiros cada um.

Perfil

Segundo a primeira pesquisa sobre o segmento, encomendada pela Abremar e desenvolvida pela Fipe/USP, o turista de cruzeiro está na faixa etária entre 41 a 50 anos, possui nível superior e renda familiar de R$ 5 mil a R$ 10 mil por mês. Essas pessoas consomem em restaurantes, farmácias, lojas de artesanato e quiosques durante os passeios turísticos. Cerca de metade dos passageiros desembarca nos destinos onde atracam os transatlânticos. Geralmente ficam em terra por períodos entre 9 e 17 horas, tempo suficiente para consumir, curtir praias e visitar atrativos locais.

"O turista que chega de navio tem a experiência de ’degustar’ o destino de uma forma exclusiva, o que o estimula a retornar em outra ocasião", explica Ursilli. Para receber bem e conquistar os milhares de cruzeiristas que desembarcam nos destinos selecionados pelas companhias e agentes de viagem, é necessário contar com donos ou profissionais de táxis, vans, ônibus, restaurantes, bares, hospitais e guias turísticos que falam inglês, espanhol, alemão e italiano. "Esse mercado é novo e, conseqüentemente, com o amadurecimento, os destinos crescerão junto com a atividade", prevê o vice-presidente da Abremar.

Na temporada 2007/2008, os 14 transatlânticos internacionais vão aportar em: Angra dos Reis, Búzios, Cabo Frio, Ilha Grande, Paraty e Rio de Janeiro (RJ); Vitória (ES); Ilhabela e Santos (SP); Ilhéus, Porto Seguro e Salvador (BA); Maceió (AL); Cabedelo (PB); Recife e Fernando de Noronha (PE); Natal (RN); Fortaleza (CE); Imbituba, Florianópolis, Itajaí e Porto Belo (SC); e Manaus (AM).

Dados da Abremar revelam um aumento contínuo da chegada de navios de cruzeiro de cabotagem à costa brasileira: na temporada 2001/2002, seis navios trouxeram 127.545 passageiros; na de 2002/2003, foram cinco navios com 134.484 turistas; em 2003/2004, foram sete navios com 113.198 passageiros; em 2004/2005, seis navios com 161.504 turistas; em 2005/2006, nove navios com 230.625 cruzeiristas; e na temporada 2006/2007, 11 navios transportaram 330 mil passageiros. A previsão para 2007/2008 é de 14 navios, que transportarão, aproximadamente, 430 mil cruzeiristas.

Potencial e desafios

O Brasil possui potencial natural para o desenvolvimento da cabotagem turística, mas ainda não se consolidou como destino para viagens de cruzeiros marítimos, conforme estudo da Abremar. Segundo a Cruise Line International Association (CLIA), entre 10 e 11 milhões de passageiros adotam esse tipo de viagem de lazer no mundo.

Todo o segmento de turismo marítimo – integrado por cruzeiros de cabotagem, cruzeiros internacionais e cruzeiros de longo percurso – representa grande potencial de expansão mundial, pois atrai um dos maiores contingentes dos fluxos turísticos ou pessoas na faixa etária entre 25 e 85 anos.

Para ocupar um lugar de destaque no segmento, o País precisa modernizar sua legislação portuária, de acordo com a Abremar. A melhoria da infra-estrutura dos portos para embarque e desembarque de passageiros é outra necessidade apontada pela entidade. Por outro lado, não faltam belas e diferentes paisagens no litoral brasileiro para agradar os cruzeiristas nacionais e internacionais.

O hábito de viajar de navio pela costa brasileira teve início em 1962, quando foi inaugurado o Departamento de Cruzeiros Marítimos. Nessa época, navios da Companhia Costeira de Navegação transportavam passageiros interessados em conhecer a costa brasileira dentro de uma embarcação.

Apesar de a atividade ter cerca de 50 anos, por quase uma década, entre meados dos anos 80 e início dos anos 90, ela foi quase totalmente proibida. Nesse período, apenas viagens internacionais com navios oriundos da Argentina, Terra do Fogo e Caribe eram autorizados a atracar, embarcar e desembarcar passageiros na costa brasileira. Minicruzeiros e viagens ao Nordeste começaram a ser realizados a partir da década de 90.

As viagens de cruzeiro atraem turistas pelo fato de oferecerem muito mais que simplesmente transporte. Ao longo delas, os passageiros usufruem de várias atividades de lazer e entretenimento com conforto e segurança. Vários tipos de roteiros são oferecidos à clientela, como cruzeiros gastronômicos, passeios para solteiros, shows com artistas brasileiros de renome, festas comandadas por DJs famosos e fitness.

"Longe de ser um passeio entediante ou esnobe, uma viagem de cruzeiro conjuga a inesquecível experiência da navegação com lazer o dia todo e a emoção de conhecer as mais variadas e exuberantes paisagens costeiras do Brasil", conclui Ursilli.

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