• Guardadores de carro estão fazendo mau uso de licença
Na tarde desta quarta-feira, 23, a Assessoria de Comunicação da Associação Comercial de Ubatuba recebeu uma ligação de um comerciante indignado com a postura dos guardadores de carro do município. Segundo esse comerciante, que preferiu não se identificar, "os guardadores andam dizendo e mostrando por aí, que tem uma licença para trabalhar cedida pela Prefeitura Municipal de Ubatuba". Lucilene Tavares, da Gerencia de Tributos Mobiliários da Prefeitura Municipal de Ubatuba, informou que o que os guardadores de carro estão fazendo é "pilantragem". Lucilene explicou que a prefeitura concedeu apenas um alvará de funcionamento para a Associação de Guardadores de Veículos de Ubatuba - AGVU e não uma licença especial. "Isso não os dá o direito de olhar carro em lugar nenhum do município. O que o presidente desta associação deve ter feito, foi tirar cópias reduzidas deste alvará e distribuir para seus associados", apontou a gerente. Para evitar problemas com clientes e turistas muitos comerciantes optam por contratar uma pessoa para organizar o estacionamento de seu estabelecimento, sem que ninguém precise dar "caixinhas ou gorjetas". De acordo com um turista, os ’flanelinhas’, como são mais conhecidos, cometem três tipos de situações: constrangimento, extorsão e ameaça. “Constrangimento porque a pessoa mal chega para estacionar seu carro e já é quase que obrigada a comprar aquela vaga. Extorsão porque somos obrigados a pagar por aquela vaga pública, e ameaça, no caso de deixarmos de pagar por aquele estacionamento público, corremos o risco de ter nossos carros danificados na próxima vez que precisarmos daquela vaga. Nós, motoristas, que pagamos em dia nossos impostos, assim como temos deveres com o erário, temos direito de usufruir, com segurança e de forma gratuita, dos estacionamentos em vias públicas sem sermos importunados por indivíduos que se auto-intitulam donos dessas vias”, diz o turista que apenas informou ser do Mato Grosso. Já um outro turista disse que não se importa com os guardadores uniformizados. "Pelo menos se acontecer algo com meu carro sei de quem é a culpa. E outra, eles geralmente são muito prestativos e educados", comentou. Outro lado Nossa reportagem entrou em contato com um membro da Associação dos Guardadores de Veículos de Ubatuba, Levi de Jesus Serra. Levi estava trajando o uniforme da Associação e usava um crachá, que continha seus dados e atrás uma cópia do Alvará de Funcionamento da Associação. "Estamos dentro da lei. A caixinha é espontânea, não estipulamos preço e ninguém é obrigado a pagar", afirmou Levi. Já o presidente da AGVU, Almir Luiz de Oliveira, explicou que toda a documentação da Associação está em dia e que esse crachá é apenas para organização e identificação. "Fundamos a AGVU em 2003 e hoje contamos com 50 associados. Nenhum desses cobram nada. O que acontece de fato, são os outros guardadores ilegais que fazem o que querem", concluiu.
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