1987 - 2007
Veja o que declarou a irmã do seu Filhinho (Washington de Oliveira), Dona OPHÉLIA (Ophélia Prado de Oliveira Lopes), ao jornal A Semana em 18-10-2007: “Aqui no Centro tinha cerca de 30 famílias e todas sabiam de tudo o que acontecia”. Pois é, a minha era uma delas. Então, se a sua família não está inclusa e, principalmente se for migrante, ou ouviu falar, use o pronome possessivo na primeira pessoa do singular (meu), jamais na primeira do plural (nosso), e nunca diga: que o povo ou a cidade souberam reconhecê-los porque você poderá pôr em saia-justa, as pessoas que você ama e acha que foram injustiçadas e devem ser homenageadas em nome da cidade. Pesquise antes com pessoas idôneas, mas se insistir, chame a responsabilidade só para você e cite os atos relevantes, datas, e em que circunstâncias foram praticadas pelo seu pretendente a ser homenageado. Não esqueça de subscritar (pôr a assinatura embaixo). Entendeu? Não elogie, não trace um perfil, nem apresente currículo de corpo presente nem fúnebre ou só porque você ouviu falar, a história do cotidiano dos caiçaras do passado, foi sepultada pelos antigos, mas pode ser exumada a qualquer momento, dependendo da gravidade do que for noticiado. Só para os leitores se posicionarem: minha mãe, a professora Dionísia Bueno Velloso, nasceu em 09 de outubro de 1901, na rua Jordão Homem da Costa, hoje nº 329, a 50 metros da Igreja Matriz. Quando Dona Ophélia tinha apenas 3 anos de vida, minha mãe tinha 26 e seu Filhinho tinha 20. Foi quando ingressou no magistério, no ano de 1927, sendo nomeada para reger a recém-criada Escola Estadual de Picinguaba e no dia 09 de março de 1927, saiu às 05 horas da manhã da cidade, indo a pé, em companhia do pai, uma sobrinha e um camaradinha, que traria de volta um ofício confirmando que a primeira escola isolada do governo fora aberta. A titular da escola era a professora Maria Eugenia Brant Correia, natural da capital Bandeirante, que jamais pôs os pés em Ubatuba, e nunca se teve notícia dos motivos. Então, prezados leitores, se vocês souberem o paradeiro dos familiares dessa professora, avise-nos, será de grande valia para o resgate da história do cotidiano de Ubatuba. Conto com vocês. Já a Dona Idalina (Idalina do Amaral Graça), pelo esforço extraordinário por não ter estudado, praticamente analfabeta, apesar de que, para se fazer versos e poesias isso não depende do grau de escolaridade, é dom, então você pode ser totalmente analfabeto, por isso, é justa de uma homenagem, não essa que já foi feita, denominando-a como patrona de duas ou três escolas, uma rua, o jardim da Câmara Municipal, uma agenda escolar. E agora, vão fazer um monumento no cemitério e outro na avenida Iperoig, e ainda comparam-na com o consagrado escritor Carlos Drumonnd de Andrade. Para uma “escritora” que escrevia chuchu com “J” (juju), e outras, essas homenagens são muitas pra minha cabeça, e de todos os caiçaras do miolo da cidade. A não ser, os que não têm miolo. Eu convizinhava com as duas pessoas supracitadas, e não é essa meia dúzia de intrusos radicados na cidade, juntamente com outro tanto de pseudocaiçaras, que ainda não leram os livros de ambos e, sem nenhum conhecimento, acham que encontraram nessa senhora e nesse senhor, o caminho mais rápido para saírem do anonimato, chegando ao cúmulo de comparação com os mestres da literatura brasileira. Mas, a minha preocupação é com as crianças, do tão já combalido ensino fundamental. Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série 20 anos de Fundart.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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