1987 - 2007
O folclorista Ney Martins Após as homenagens e outras honrarias póstumas ao folclorista Sidnei Martins Lemes (Ney Martins), vale lembrar que, antes de tudo, ele era um servidor público contratado pela Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) para resgatar o folclore de Ubatuba. Por isso, não vejo nenhum mérito relevante para a indicação do seu nome a patrono da Casa de Cultura de Ubatuba, tendo em vista que o resgate do folclore caiçara estava dentro das atribuições que lhe eram conferidas. Agora, os contribuintes querem saber se todos os materiais pesquisados e coletados durante esses 20 anos estão encadernados, gravados em CDs ou Dvds, e quando todo este acervo estará na Biblioteca Municipal a disposição das escolas, estudantes, historiadores, turistas e do público em geral? Afinal, o folclorista foi pago com o dinheiro do povo. Estamos aguardando. Conforme foi publicado no jornal A Cidade em 08-09-2007, disse o folclorista Ney Martins: "que o seu maior sonho era ver a implantação de um Centro de Tradições Caiçaras". 20 anos se passaram e, pela ironia do destino, aconteceu exatamente ao contrário: os migrantes mineiros, sem um puto de um vintém no bolso, precisaram apenas de 10 anos para concretizar o sonho deles. Construíram aqui, no nosso quintal, nas barbas da Fundart, o CENTRO DE TRADIÇÕES MINEIRAS, inaugurado dia 10-11-2007, que contou com a presença do prefeito Eduardo Cesar. Só não compareceu o presidente da Fundart, o professor Pedro Paulo Teixeira Pinto, mas deveria, pelo menos para aprender como se resgatam a cultura e identidade de um povo em tão pouco tempo. Disse o presidente da Fundart ao jornal A Cidade de 08/09/2007: Ney Martins abraçou várias atividades, como o futebol, organizou a Liga Ubatubense de Futebol (LUF), da qual foi presidente. Criou a Escola de Samba Mocidade Alegre do Itaguá, sendo carnavalesco e Mestre de Bateria, além de ser seu maior animador. Outros depoimentos: foi zagueiro, defendeu a seleção de nossa cidade, foi presidente da Liga de Futebol, técnico, animador e festeiro de comemorações religiosas (São Pedro, Paixão de Cristo e Divino) e tocador de projetos como Festival de Marchinhas e Caiçarada, foi vereador, vencedor de um campeonato de estilingue, presidente da Escola de Samba do Itaguá. Se eu fosse o presidente da Fundart hoje, indicaria para perpetuar a memória do joseense Ney Martins, em Ubatuba, uma dessas atividades suprarelacionadas. Sugestão: Patrono da Escola de Samba Mocidade Alegre do Itaguá ou Campeonato de Estilingue Ney Martins. Agora, o presidente da Fundart indicou o nome do Ney Martins para patrono da recém-criada "Casa da Cultura de Ubatuba", e certamente o seu nome será estampado na fachada desse próprio municipal. Muita gente está encima do muro, como eu não nasci no circo, vivo no chão firme. Na minha opinião, com esse currículo, o candidato não reúne méritos suficientes nem para tentar se candidatar a patrono dessa importantíssima entidade cultural de Ubatuba. A menos que a Fundart, e os nossos nobres vereadores, queiram expor nossa cidade a mais um ato constrangedor, o pior de todos, O CULTURAL. Historicamente acontece isso. Ouvi dizer outro dia, que uma professora foi transferida para lecionar em Ubatuba, mas no trajeto sofreu um acidente de carro fatal, imediatamente o seu nome já foi indicado à patrona de uma escola. Se é verdade não sei, mas eu acredito. Os professores Joaquim Lauro Monte Claro Neto, Lauristano Olintho de Carvalho e a professora leiga, Dona Oraide Vieira Rosa que indo a pé dar aulas nas escolas de norte a sul do município, mais de 30 anos já se passaram e, até hoje, não foram reconhecidos nem tiveram seus nomes indicados para patronos de escolas. Em compensação, há meses atrás, um maestro teve seu nome indicado e aprovado para patrono de uma escola, quando deveria ser indicado para o coreto da praça. Já o Ginásio Estadual de Ubatuba tem como patrono um ex-presidiário, e a sociedade está calada. Tem um professor do passado, que foi processado pela justiça pública, exonerado a bem do serviço público e hoje é patrono de uma escola. Temos também alcoólatra e outros que nada tem a ver com educação, muito menos mérito para tanto. A maioria dos que já foram homenageados nunca teve publicada sua biografia, nem os motivos e méritos pelos quais foi dado o nome, coisa que a Fundart deveria fiscalizar com absoluto rigor, se impondo, protestando veementemente, mas não o faz. Prefere calar-se para não se indispor. Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série 20 anos de Fundart.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
|