Arquivo Nenê Velloso

Já o caiçara Benedito Felipe de Oliveira (O Mudinho), artesão dos artesões, teve mais sorte, esperou somente 22 anos para ser reconhecido, graças ao empenho do seu amigo Marcos Teixeira Leite, jamais pela iniciativa da Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba). Além do Mudinho, temos outro caiçara da gema, José Luiz da Costa Ferreira (Costa Ferreira), escultor, fotógrafo, responsável por quase todas as fotos aéreas antigas da cidade e de pessoas. Se não fosse ele não teríamos nada. Suas esculturas foram adquiridas por um empresário grego e levadas para lá, agora só fotos.

Olhe! É a casa da Cultura! Para que qualquer cidadão fosse indicado para patrono dessa nova Casa da Cultura de Ubatuba, a ser inaugurada, o candidato, no mínimo, precisaria ser dotado de alguns requisitos. Por exemplo: ser um estudioso do folclore e da língua, das atitudes, gostos e profundo observador das crendices, da linguagem, pronúncia, das superstições, dos usos e costumes da gente de Ubatuba, escrever muitos artigos em jornais e revistas, principalmente deixar como resultado de suas pesquisas, um livro de cunho folclórico. Ney Martins fez isso? Como Ubatuba até o momento não tem um filho da terra com esse currículo, o nome mais indicado seria: “CASA DA CULTURA DE UBATUBA”, ou CASA DA CULTURA DE UBATUBA – PREFEITO CICCILLO MATARAZZO ou HISTORIADOR DR. FÉLIX GUISARD FILHO.

O prefeito deve refletir sobre o que disse o Sr. Miguel Angel Garcia ao jornal A Cidade de 08/09/2007 referindo-se a Ney Martins: hipócritas do Município diminuíram o seu valor, pela inveja e pelo medo de serem ofuscados pela sua ação criadora. Quantos projetos na sua gaveta dignificadores que eram da nossa cultura caiçara, escondidos ou minimizados pela leitura medíocre dos holerites de plantão. Hoje muitos se ocultaram no remorso de não enfrentar seu rosto tranqüilo no seu leito de morte.

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