Recentemente, pude conferir em um desses auto-centers de venda de materiais para construção um mundo de gente aproveitando uma liquidação de pisos e revestimentos. Além de praticar um preço bem abaixo do valor de mercado, o estabelecimento oferecia diversas formas de pagamento, entre elas, um financiamento próprio com a possibilidade de pagar em até 24 vezes. De olhos arregalados, fiquei espantado com duas realidades: o crédito fácil e, conseqüentemente, o aumento da compra e demanda de produtos. Também me surpreendi pelo crescimento destes shoppings da construção, onde se encontra um pouco de tudo, e de várias partes do mundo. De jardinagem à decoração, de telhas a abajures, vê-se a grandiosidade de um segmento que cresce de maneira vertiginosa. Esse cenário positivo se junta a outros fatores, como a grande procura por empreendimentos imobiliários e a falta de materiais de construção em algumas regiões do País. Fica evidente que o setor da construção civil vive um momento bastante positivo. Recordes batidos já não são novidades para esta "economia paralela". Em 2007, esse mercado viveu uma incrível mudança de ares. A cadeia de serviços e produtos relacionados ao setor ganhou espaço para crescer - e um espaço cada vez maior. Muitas empresas não tinham sequer concorrência, e com isso comemoraram os números alcançados durante o ano. Para este ano, as expectativas também são grandes. Obras como as do PAC devem contribuir para que grandes empreendimentos saiam do papel, enquanto a redução dos juros e a queda do dólar estimulam o consumo e, conseqüentemente, aquecem ainda mais o mercado da construção civil. O boom deste setor no Brasil me fez lembrar a minha recente visita à China. Lá, um mundo de arranha-céus vem sendo levantado, o crédito imobiliário é tão fácil quanto aqui e os equipamentos vendidos são hoje comercializados no Brasil, contribuindo para o crescimento destas duas novas realidades. O país sede das Olimpíadas de 2008 pode ser comparado a um canteiro de obras, onde cimento, tijolos e andaimes convivem com uma população de mais de um bilhão de pessoas. Gente pronta para consumir tudo o que for de mais novo e moderno em relação a construções. No Brasil, se não contemplamos ainda um espetáculo nessas proporções, assistimos a um ensaio promissor, que evidencia o caminho de sucesso que estamos trilhando no setor. Nota do Editor: Altino Cristofoletti Junior é engenheiro, construtor e diretor da rede de franquia Casa do Construtor - Aluguel de Equipamentos.
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