Verduras na horta, folhas verdes colhidas, cheias de vida; Folhas amareladas, descartadas, mortas, deixadas soltas ao chão. Podridão que alimenta os ciclos da evolução; A salada crua contrastando com a verdade nua; Sementes lançadas ao vento, expostas ao relento, crescem em produção; Vegetais sem mente, população; Folharadas, filharadas. Belas saladas alimentando nações; Que mastigam sua seiva, seu sangue, digerem seus sonhos. Devorando como antepasto estas pobres multidões. Plantadas em terra fria para se tornarem refeição; Elas alavancam o progresso, mutilando o próprio futuro; Somente assim seu suor poderá temperar o mundo; Pessoas e folhas. Pasto seguro. Bons cidadãos. Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.
|