Sou tão só que nem sinto minha solidão por perto E nem queria ser único para o bem de mim mesmo Embora a vida nem sempre respeite minha vontade De ser feliz amando e sendo amado sempre Por isso só fico ao relento no sábado à noite Movendo os olhos a procura de um encanto Como se as estrelas pudessem resolver tudo E esse homem sozinho não fosse sua própria lua Mas o relógio corre rápido nos meus sonhos E fico surpreso com o tempo que se aproxima Porque ontem eu era menino e só sonhava Mas agora já sou homem e a vida me cobra Não tenho a pretensão da verdade estar só comigo Mas não teria a ilusão de estar errado o tempo todo Afinal o que sou se não fossem os meus sonhos E o que eu seria se não fossem os meus erros E no exagero da incoerência repito planos já fracassados E na falência das minhas ações me frustro novamente Deus bem sabe que nunca fui humano hipócrita Já o diabo sabe que nunca fui santo totalmente Então envelheço só contando as minhas histórias vividas Porque eu não seria tolo de esquecer todo o meu passado E nessa solidão me calo morto sem soltar minha caneta Escrevendo só meus desafios e assinando só os meus pecados Nota do Editor: Fábio de Lima é jornalista e escritor, ou "contador de histórias", como prefere ser chamado. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO, com publicação (ainda!) em data incerta.
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