O telefone toca, Frenético, Gritando por minha atenção, Pedindo que eu o toque A pedido De seu toque... Assim sendo Atendendo Ao seu mecânico apelo, Apanho-o calmamente E eis que a doce voz Da dama Por mim eleita Rainha Avisa-me Que o pequeno Príncipe Deseja contar-me Sua última conquista... Isso! O quebra-cabeça De lagarto-trovão, Partido em cem fez-se um Através de suas inocentes mãos De seu olhar paciente A imagem se fez... Mas ele dizia-me Com sua voz Afogada em saudade Que a imagem só estaria completa Quando eu estivesse ao seu lado Para forjá-la E contemplá-la A seu lado... Fazendo os pedaços De nossos corações Um... Tal qual a imagem De um quebra-cabeça.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
|