09/09/2025  18h14
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Educação
23/03/2008 - 14h46
Pesquisa dá voz a professores da rede pública
Luigi Parrini
 
Professores da Rede Pública querem maior poder de decisão

Agência USP de Notícias - Para a maioria dos professores da rede pública de ensino fundamental do Estado de São Paulo ouvidos numa pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP em relação às temáticas de saúde, meio ambiente e políticas públicas, não é possível conceber uma escola transformadora e democrática se não se permitir o envolvimento ativo dos docentes na elaboração de parâmetros de ensino. "Eles se sentem meros executores no processo educativo, desamparados pelo poder público e atores educacionais sem voz na formulação de políticas que trabalhem estes temas", relata o educador ambiental Elias Marques, autor do estudo.

O intuito da dissertação, segundo Marques, é criar "um veículo que dê voz aos docentes, a fim de estabelecer comunicação com os governantes para a tomada de decisões que envolvam a educação pública".

O educador realizou entrevistas com 29 professores de uma escola de ensino fundamental da cidade de São Paulo e fundamentou o trabalho na análise qualitativa dos depoimentos embasada no conceito de representações sociais e no método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), que cria uma fala conjunta dos entrevistados e na observação do Programa Escola Promotora de Saúde.

Com a palavra, os professores

Quando perguntados sobre o papel da escola como instituição, o discurso dos professores indicou valores humanos positivos, como cidadania e construção de conhecimento em um espaço socializador, mas também indicou fatores que fogem do senso comum: preparação para o mercado de trabalho e assistencialismo (devido à situação socioeconômica precária de boa parte dos alunos).

O assistencialismo está presente, da mesma forma, como um dos elementos que impedem a escola pública de cumprir suas funções como instituição. Outras dificuldades foram relatadas: as condições socioeconômicas dos alunos, a carga horária exaustiva e a sobrecarga de funções dos docentes e métodos de ensino ou projetos e políticas públicas inexistentes ou inadequadas. Destacam-se as progressões continuadas, que anulam a possibilidade de o professor reprovar o aluno, mesmo se não houver evolução alguma no processo de aprendizagem.

A lista de problemas ainda conta com a superlotação das salas de aula, o desrespeito entre os atores escolares (aluno, pai e professor) e a vulnerabilidade a eventos externos ("As aulas foram canceladas com a vinda do Papa ao Brasil", lembra Marques). O ponto principal para o pesquisador, no entanto, é o não-envolvimento do professor pelo poder público. "Cria-se um projeto para sensibilizar o professor, mas ele não atua em nenhuma etapa da concepção desse projeto", analisa.

Marques também questionou os professores sobre as facilidades da escola pública. A maioria afirmou que não há facilidades, mas para alguns docentes, se comparada com a rede particular, existe maior respeito do professor pelo aluno, acesso aos atores escolares, estabilidade no cargo e liberdade pedagógica. O último fator, no entanto, "é uma faca de dois gumes", já que a liberdade no método de ensino, relata o educador, "é refém da boa vontade do professor".

Questões sócio-ambientais

O trabalho centraliza a abordagem dos temas de saúde e meio ambiente na rede pública de ensino fundamental. A questão ambiental revelou-se consensual entre os professores, enquanto que a saúde recebeu uma abordagem variada nas respostas dos docentes.

O educador diz que "todos os professores acham que o tema (meio ambiente) deve ser trabalhado em sala de aula". Os docentes sugerem maior contextualização local dos problemas relacionados à área, a inclusão das questões ambientais no currículo e a formação adequada do professor para possibilitar uma abordagem mais profunda. A sensibilização da comunidade local é outra medida apontada para o ensino ambiental ser mais bem aproveitado.

A saúde é tratada por alguns professores como um tema de duas frentes, a profilaxia e o bem-estar, no qual só o primeiro deve receber grande atenção no processo pedagógico. A maioria, porém, defende uma ampla abordagem da saúde no currículo escolar, com destaque para a interdisciplinariedade, contextualização, participação da comunidade local e o apoio de especialistas. Muitos, entretanto, pensam que a escola não terá condições de estruturar e manter um projeto de tais proporções.

Mais informações: eliaspmarques@bol.com.br. Dissertação orientada por Isabel Maria Teixeira Bicudo Pereira.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "EDUCAÇÃO"Índice das publicações sobre "EDUCAÇÃO"
30/12/2022 - 05h38 Férias escolares
12/12/2022 - 05h34 Quadrinhos, charges, poemas
09/12/2022 - 05h30 Cinco erros ao ensinar finanças aos filhos
07/12/2022 - 06h06 Alfabetização com letra de forma
23/11/2022 - 05h38 Museu reúne arte, ciência e tecnologia em Brasília
18/11/2022 - 05h57 Conheça as etapas de preparação para o Enem
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.