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SEÇÃO
Economia e Negócios
25/03/2008 - 10h00
Empreender na terceira idade
Milton Dallari
 

Depois de anos de trabalho, o merecido descanso. Esse seria o desejo da grande maioria das pessoas que dedica décadas de vida na labuta para poder usufruir depois dos ganhos proporcionados pela aposentadoria. Essa seqüência natural, porém, não é unânime. Ao contrário. É cada vez mais comum encontrarmos pessoas que, mesmo após anos e anos dedicados ao trabalho, ainda encontram energia para seguir, inventar e empreender. São indivíduos que vêem na idade não uma justificativa para parar, mas um argumento para prosseguir na atividade. Esses empreendedores são cada vez mais numerosos entre a nova geração de aposentados.

O fenômeno é resultado de uma nova realidade, comprovada em números. A expectativa de vida no Brasil aumenta a cada ano. Pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007 constatou-se uma idade média de 72,3 anos para a população do país, um aumento de quatro meses em relação aos dados de 2006 - motivado, sobretudo, pelos avanços da medicina e pela melhoria da situação social e econômica.

Os números futuros são ainda mais reveladores. Para 2025, a estimativa é de que o número de pessoas acima dos 50 anos corresponda a 15% da população, ante os 7% atuais, fazendo com que o país fique entre os seis com maior contingente de idosos do mundo. Mais adiante, pesquisadores mostram ainda que em 2050 o Brasil terá cerca de 14 milhões de pessoas com mais de 80 anos, perante os dois milhões contabilizados no ano passado.

Ao cruzar os números com a nova geração de aposentados empreendedores que surge no país, é possível destacar dois fatores que explicam tal surgimento.

O primeiro fator está diretamente ligado à situação previdenciária atual. É a justificativa de aposentados que fazem uma projeção pessimista com relação ao assunto. Temerosos de futuras limitações financeiras, decidem se arriscar no mundo dos negócios, depositando na empreitada a garantia de um futuro econômico melhor e mais tranqüilo.

São pessoas que têm razão para se preocupar. Afinal, o valor da aposentadoria é calculado de acordo com a expectativa de vida da população. Se ela aumenta, a pensão paga pelo Poder Público diminui. O aumento da população idosa também pulveriza mais os benefícios previdenciários. Atualmente, o Ministério da Previdência contabiliza mensalmente o pagamento de 24,6 milhões de benefícios, dos quais cerca de apenas 8,1 milhões acima do salário mínimo. Se o dinheiro vindo dessa aposentadoria não é suficiente, a solução encontrada é voltar a colocar a mão na massa.

O segundo fator é motivacional. Há pessoas com espírito ainda mais aventureiro que, mesmo após a aposentadoria, continuam com suas ambições, acreditam em seus potenciais de reinvenção e crêem em seus "feelings" empresariais. Estão, também, claro, preocupadas em manter a independência financeira adquirida em seus longos anos de atividade.

Para ambos os grupos de empreendedores, porém, há um mesmo risco: a falta de informação. Projetos para desburocratizar o processo de abertura de uma empresa e simplificar a cobrança dos diversos impostos existentes sempre tramitam no governo. Mas, enquanto eles não saem do papel e a teoria não vira prática, arriscar-se no mundo dos negócios pode ser uma aventura perigosa e desagradável para os inexperientes. Entidades como o Sebrae desenvolvem cursos exclusivos para esse tipo de público, para que os riscos existentes sejam minimizados e para que a empreitada do "novo vivido empreendedor" se concretize como um verdadeiro sucesso.

Esse grupo de ousados da terceira idade que cresce a cada dia vem para mudar a cultura de que a vida ativa tem data e hora para acabar. Sonhos e aspirações também fazem parte do vocabulário dos mais vividos.

A imagem do aposentado, aquele ser de sandálias sentado numa cadeira de balanço vendo o dia passar, está mudando radicalmente. Ele está cada vez mais disposto a se envolver em novos projetos, com a sabedoria que adquiriu ao longo da vida e motivado por saber que, assim, poderá gerar empregos e ajudar no desenvolvimento do país.


Nota do Editor: Milton Dallari é diretor administrativo e financeiro do Sebrae-SP e presidente da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp.

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