São cada vez maiores as preocupações que temos de ter em relação à nossa segurança, principalmente vivendo em um centro urbano onde, a cada minuto, um problema acontece. Seja quando andamos na rua, ou pegamos o carro, ou saímos do banco, por exemplo. São inúmeras as situações para nos preocuparmos. Porém, uma que a maioria das pessoas sequer imagina no aspecto da segurança é a questão do lixo. "Estamos vivendo um boom da tecnologia, onde empresas e pessoas, que têm grande preocupação com a segurança das informações, não medem esforços para manter mais seguras as suas redes, computadores, arquivos, inserindo senhas, criptografando, entre outras ações. Porém, esquecem-se de algo muito importante, que pode revelar muito dos hábitos e informações de uma pessoa: o seu lixo", alerta o engenheiro, especialista em segurança, Nilton Migdal, diretor da Migdal Consulting. Segundo ele, para exemplificar, em um dos treinamentos que costuma ministrar a agentes, ele pediu para que um de seus alunos pegasse o lixo de uma residência e o examinasse com luva de látex. Num primeiro momento, o agente achou estranho, mas depois entendeu. "Ele descobriu que o dono da casa estava doente e descobriu qual era a doença através dos frascos de remédio encontrados; os locais que a filha freqüentava, através das notas fiscais e boletos do cartão de crédito; extrato de bancos; convite de festas e até um CD Rom com muitas fotos de toda a família", revela Migdal. De acordo com ele, as informações fornecidas poderiam ser a base para qualquer ladrão ou seqüestrador agir de forma segura e tranqüila. Ele indaga: "Será que empresas e pessoas tratam de forma correta o seu lixo, utilizando fragmentadoras, tanto de papel como de mídias, cds, dvds, suficientes e com procedimentos?" Migdal ainda alerta que esta metodologia de "achar" o lixo alheio é muito utilizada em espionagem industrial e causa anualmente danos enormes às empresas. "É importante sabermos controlar mais esta questão para que não transformemos o nosso lixo na preciosa informação que o bandido necessita para nos atacar", finaliza.
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