O setor de franquias é considerado por muitos a forma mais segura de ter o próprio negócio. No senso comum, acredita-se que, com um modelo já testado, o investimento, embora muitas vezes maior, quase sempre proporciona retorno. Na prática não é bem assim. Como qualquer outro empreendimento, uma franquia requer alguns cuidados. E o primeiro problema pode ser o excesso de otimismo. Muitas vezes, quem resolve abrir uma franquia aposta em um retorno rápido do investimento, o que de fato não ocorre na velocidade esperada. Este otimismo é comum e está ligado ao fato das pessoas procurarem franquias de marcas já conhecidas e consolidadas no mercado. Decisão que realmente facilita o sucesso, contudo não garante. O setor de franquias está em plena expansão, com crescimento de 15,6% e faturamento de R$ 46 bilhões em 2007, conforme dados da Associação Brasileira de Franchising. No entanto, isto não basta para obter sucesso. Como qualquer negócio, é preciso elaborar um business plan, no qual deve ser identificado o tempo para retorno e valor do investimento, além de como serão obtidos os recursos e qual a necessidade de capital de giro. Outra característica a considerar é o perfil do investidor. Ele tem aptidão para o tipo do negócio escolhido? Qual é o seu perfil? Está no ramo que gostaria? Perguntas simples e de caráter não técnico podem definir a abertura ou não de determinada franquia. Não adianta investir em algo que pareça vantajoso em um primeiro momento, mas que depois pode se tornar chato. Não basta ser empreendedor, é necessário gerir o negócio com muita dedicação e paixão. Há também alguns aspectos técnicos que devem ser relevados pelo investidor. Antes de abrir a franquia, ele deve buscar resposta para as seguintes perguntas: Este negócio é auto-sustentável ou replicável? Em quais tipos de mercado vou atuar? Qual o tamanho desse mercado? O negócio depende do meu expertise ou de outras pessoas para funcionar? São necessárias condições específicas para que o negócio prospere ou tais condições estão presentes no mercado? Respondidas as perguntas, é preciso verificar como está o posicionamento da marca no mercado, qual o suporte e ferramentas a rede vai prover. Para tal é preciso coletar informações financeiras em relação à marca ou franqueadora, buscando identificar a estrutura necessária de equipe e infra-estrutura. Caso após a identificação de todos os itens, se conclua que o negócio é bom para o investidor, começa o trâmite jurídico e documental, que também requer paciência. Para abertura de uma franquia, a franqueadora deve apresentar o COF (Contrato de Oferta de Franquia) no qual deve conter de forma detalhada as obrigações da franquia e da franqueadora, como o pagamento de royalties, ferramentas e suporte oferecido, modelo de prestação de contas, verbas de marketing entre outros. Após aprovação do COF, é elaborado um contrato definitivo e, só após o tramite jurídico, é que as operações podem ser iniciadas. O mais importante é saber que o investimento em franquias não difere muito do investimento em um outro negócio. Riscos e possibilidades andam juntos. Nota do Editor: Marcelo Teixeira Cossalter é diretor da área de gestão da RCS Brasil e bacharel em Administração de Empresas.
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