O representante da Fundação Florestal, Luiz Roberto de Oliveira, juntamente com a diretora do Parque Estadual da Ilha Anchieta, Viviane Buchianeri, recebeu os pescadores e ficou acordado entre as partes que o Conselho Consultivo do Parque seria ampliado, contando com representantes do setor pesqueiro e da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Smapa). Comentário: A diretora do Parque, Viviane Buchianeri e o representante da Fundação Florestal mostraram-se bastante contrariados com a manifestação dos pescadores. A diretora do parque disse que a discussão da ampliação da área de proteção ambiental de um para dez quilômetros, que inviabilizaria o trabalho dos pescadores artesanais em Ubatuba era "embrionária" e culpou a imprensa pelo ocorrido. Também será estudada a possibilidade de membros da Colônia Z-10 terem permissão para pescar nos arredores da Ilha, após estudos de capacidade de suporte do recurso e de esforço de pesca, que determinarão quantas embarcações podem atuar na região, quais espécies e quais os critérios.
Comentário: todo esse parágrafo diz respeito a uma fala do representante da Fundação Florestal que disse, em síntese, que se a permissão para pescar nas costas da Ilha Anchieta resolvesse o problema dos pescadores, ela seria liberada, mas que o problema da pesca era mais complexo do que este. Só que esta fala deu espaço para que o pescador Maurici Romeu, que estava representando a categoria, expusesse a seguinte situação: que tal situação podia não resolver a situação de todos os pescadores, mas que, pelo menos, em Ubatuba, a situação dos pescadores seria minimizada. Segundo a secretária municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento, a função da prefeitura neste caso é garantir a representação do setor pesqueiro nas discussões, que vão desde a delimitação, até o plano de manejo sustentável. "Nós estamos unidos aos setores produtivos, desde o início desta gestão, buscando recursos, alternativas, participação na formulação de políticas públicas. No caso da Ilha Anchieta, não é diferente. Estamos aqui para defender os interesses dos pescadores e chegar a um senso comum com as normas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente."
Comentário: Há um conflito entre o interesse dos pescadores artesanais e os interesses do Estado. A preservação da paisagem e do patrimônio da Ilha Anchieta e a criação de um paraíso ecológico esbarram na necessidade de sobrevivência dos pescadores artesanais. Ampliar as restrições, sem oferecer contrapartidas ou alternativas, vai contra o bom senso. Os pescadores artesanais representam um importante e tradicional segmento social e econômico do município. Estão sim, em extinção, por falta de apoio e dificuldades de conseguir dinheiro para investimentos, mas querem acabar os seus dias com dignidade. E é preciso respeitar esse direito!
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