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SEÇÃO
Economia e Negócios
21/05/2008 - 19h23
"Calculador de imposto" é coisa do passado
Paulo Henrique Vaz da Silva
 

Segundo estudos de órgãos internacionais, o Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo. Esta informação está relacionada ao número de novas empresas que são abertas nas Juntas Comerciais de todos os estados, e pelas estimativas levantadas dos empreendimentos que estão na informalidade.

De fato, a realidade está diretamente ligada aos trabalhos executados pelos departamentos legais dos escritórios de contabilidade de todo o país que constantemente executam processos de constituição de novas empresas em órgãos competentes do governo.

Segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a mortalidade das pequenas e médias empresas, com apenas três anos de vida, supera a marca de 50%. Ou seja: se forem abertas no ano de 2008, mil novas empresas, até 2011, mais de 500 empresas serão fechadas. A pesquisa aponta que um dos principais fatores que levam as empresas à morte é a falta de planejamento empresarial (análise mercadológica, gerenciamento financeiro, planejamento tributário adequado etc.).

Por força da legislação vigente, se faz necessário, na constituição de uma nova empresa, o número do registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) do profissional de contabilidade responsável, a ser informado junto a Secretaria da Receita Federal (SRF). Este fato possibilita ao contabilista uma participação direta no nascimento das novas empresas e conseqüentemente uma relação estreita com o empreendedor.

Inevitavelmente, o empreendedor necessitará dos serviços do profissional de contabilidade, para a execução da escrituração contábil, fiscal e trabalhista. Visto que, a assessoria contábil para as empresas é indispensável para o cumprimento da legislação comercial e fiscal em vigência (relacionados às escriturações), e na geração das obrigações acessórias ao fisco.

Neste cenário, as empresas de serviços contábeis e os contabilistas autônomos (que atuam na prestação de serviços diretamente a empresas), possuem um mercado muito interessante para oferecerem serviços de consultoria empresarial.

As empresas de serviços contábeis, ao longo do tempo, deixaram de ser apenas as "guarda livros" ou "calculadoras de impostos" e passaram a ser empresas que vendem serviços contábeis e consultoria em áreas correlatas à contabilidade. É comum, as empresas de serviços contábeis buscarem parceiros (advogados, engenheiros, administradores) que executem trabalhos relacionados à gestão empresarial para atenderem necessidades de clientes específicos e na geração de informações na tomada de decisão dos empreendedores.

Outra ferramenta muito importante para o auxílio aos empreendedores que poderá ser oferecido pelo contabilista, é a educação empresarial. Esta, através de orientações quanto aos procedimentos a serem adotados nos tópicos relacionados às rotinas financeiras, contábeis, jurídicas, trabalhistas, entre outras relacionadas às atividades empresariais, são fundamentais para a boa gestão das empresas, e conseqüentemente para uma maior longevidade das pequenas e médias empresas.

As empresas de serviços contábeis nos últimos anos sofreram enormes mudanças nos aspectos relacionados às atividades operacionais, com a forte concorrência e principalmente com o aumento das obrigações fiscais a serem entregues pelos seus clientes.

Para os próximos anos, com a proliferação do SPED (Serviço Público de Escrituração Digital) que está relacionado à escrituração contábil e fiscal, com a popularização da nota fiscal eletrônica e o desenvolvimento dos sistemas de informática, inegavelmente, os serviços prestados pelas empresas de serviços contábeis, relacionados à escrituração fiscal, contábil e trabalhista, sofrerão enormes mudanças.

Este processo levará à simplificação dos trabalhos executados nos aspectos operacionais, o que poderá causar uma diminuição dos trabalhos mecânicos nas empresas de serviços contábeis.

Todavia, o que parece ser um problema para os profissionais que atuam em empresas de serviços contábeis, com a mecanização dos trabalhos executados, poderá ser um marco na história deste setor.

Visto que, com o crescimento econômico brasileiro e a credibilidade que vem conquistando junto ao mercado internacional, haverá um forte crescimento de novos empreendimentos empresariais e conseqüentemente, um forte aquecimento na constituição de novas empresas no Brasil.

Neste cenário, as empresas de serviços contábeis poderão vender trabalhos de consultoria empresarial para as pequenas e médias empresas e principalmente aos novos empreendedores em áreas importantes da gestão empresarial: área financeira, custos, formação de preços, elaboração de planos de negócios, implantação de sistemas, planejamento tributário, controles internos, controle de estoques e ativos fixos, planejamento orçamentário etc. Conseqüentemente, gerar novas fontes de receitas financeiras para as empresas de serviços contábeis, em conjunto com os serviços convencionais ofertados.

Para atender esta demanda de trabalhos, que poderão ser prestados pelas empresas de serviços contábeis, haverá a necessidade de buscar especialização em tópicos relacionados à gestão empresarial, através de cursos e treinamentos técnicos para o aprimoramento e conhecimento de ferramentas de gestão empresarial, das quais esteja correlacionada a contabilidade. Assim como o conhecimento em administração, gestão de pessoas, marketing, idiomas etc.

Entretanto, além do aprimoramento técnico e em tópicos de administração, se faz necessário, a reformulação estrutural das empresas de serviços contábeis para atenderem esta crescente demanda de trabalhos junto aos empreendedores. E, caberá aos contabilistas e colaboradores, além dos conhecimentos relacionados à contabilidade, rotinas trabalhistas e rotinas tributárias, também os conhecimentos voltados para gestão empresarial.

Não seremos os "salvadores da pátria", muito menos os responsáveis pelo fim da mortalidade das pequenas e médias empresas. Todavia, estaremos contribuindo diretamente para o crescimento e continuidade das pequenas e médias empresas, através das informações geradas pela contabilidade focadas nas necessidades das pequenas e médias empresas, dignificar a profissão do contabilista e sua função na gestão empresarial e contribuir diretamente com o crescimento econômico do país.


Nota do Editor: Paulo Henrique Vaz da Silva é palestrante do Programa Cead - Cursos Especiais de Aprimoramento e Desenvolvimento da Contmatic Phoenix; mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC/SP; coordenador do Curso de Ciências Contábeis da UNIB - Universidade Ibirapuera; professor do curso de pós-graduação em controladoria da FAAP/SP e SJC, UMC e FECAP; professor do IBDEC/Unicamp.

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