Steve Robertson      O vencedor do Quiksilver Pro Japan: C. J. Hobgood.

O australiano Joel Parkinson conseguiu vingar o segundo dos três títulos perdidos na grande final para o havaiano Andy Irons no ano passado. O primeiro troco foi nas semifinais do Rip Curl Pro, que ele comemorou no alto do pódio em Bell’s Beach, na Austrália. Agora, Parkinson aplicou uma sonora goleada de 15,17 x 6,33 no bicampeão mundial durante as quartas-de-final e por muito pouco também não repetiu o feito com uma vitória no Japão. Ele liderou toda a bateria final, mas C. J. Hobgood conseguiu uma virada fantástica nos últimos segundos para faturar o título do Quiksilver Pro neste domingo em Chiba. Também nos minutos finais, Kelly Slater foi derrotado pelo havaiano Kalani Robb, que dividiu a terceira colocação no pódio com o australiano Chris Davidson. O ASP Foster’s World Championship Tour 2004 segue agora para o sétimo desafio do ano, que começa nesta quarta-feira e vai até o dia 21 em Lower Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. Andy Irons continua com uma grande vantagem na corrida pelo tricampeonato mundial consecutivo e C. J. Hobgood recuperou a segunda posição no ranking, com o pernambucano Paulo Moura sendo o brasileiro mais bem colocado, ocupando o 17º lugar na classificação geral das seis etapas realizadas.

O campeão mundial do mini-circuito provocado pelos atentados terroristas de setembro de 2001 já tinha vencido a etapa mais temida da temporada, surfando praticamente sozinho a grande final do Billabong Pro Teahupoo no Tahiti, pois o australiano Nathan Hedge sofreu uma contusão logo no início daquela disputa e foi obrigado a abandonar a bateria. Agora, no Quiksilver Pro Japan, C. J. Hobgood viu Joel Parkinson construir uma larga vantagem na decisão, com duas notas acima dos 8 pontos.

O norte-americano só conseguiu pegar sua primeira onda boa quando restavam 2 minutos para o término, recebendo nota 8,23. Voltou rapidamente e nos segundos finais foi premiado com uma ótima esquerda, quando arrancou uma incrível nota 9,47. Parkinson ainda veio na onda de trás, mas não conseguiu reverter o resultado e foi confirmada a vitória espetacular de C. J. Hobgood, por 17,70 x 16,33 pontos.

"Eu nem consigo acreditar que isso aconteceu", exclamou C. J. Hobgood, que faturou seu segundo prêmio máximo de 30.000 dólares no WCT 2004. "Eu vi o Parko na frente o tempo inteiro, então veio aquela esquerda já no finalzinho. Eu sabia que não tinha nada a perder e ainda consegui pegar outra ótima onda nos últimos segundos. Quando cheguei na praia eu não sabia o que estava acontecendo. Escutei a multidão gritando, mas não sabia se era para mim ou somente porque tinha terminado a final (risadas). Quando eu soube que tinha vencido, foi um sentimento incrível", contou C.J..

"Vamos agora para Trestles e vou ver se posso conquistar outro bom resultado lá", continuou C. J. Hobgood. "Eu e o Kelly, o Parko e o Damo (seu irmão gêmeo Damien Hobgood) vamos todos lutar contra o Andy Irons, para que ele não continue muito à frente no ranking, pois só agora completamos a metade do circuito", falou C. J., lembrando que esta é a primeira das seis etapas de 2004 que o havaiano não termina entre os três primeiros colocados.

O australiano Joel Parkinson saiu frustrado do mar, principalmente porque exatamente no dia 05 de setembro se comemora o Dia dos Pais na Austrália e sua esposa e a filha Evie estavam na praia para comemorar a vitória que escapou nos dois últimos minutos da final. "O que você pode fazer?", lamentou Parkinson. "Eu surfei o máximo que pude, mas fui batido por alguém que surfou melhor. Foi muito feio o que o C. J. me fez em pleno Dia dos Pais (risadas). Eu já estava sentindo a vibração da vitória, mas acabei perdendo no finalzinho. Fazer o quê? Mas, já estou começando a me sentir melhor agora com esta cerveja", brincou.

Pelo menos, além dos 16.000 dólares pelo vice-campeonato, Joel Parkinson sai do Japão com o recorde de pontos - 18,07 de 20 possíveis registrados na terceira fase no sábado - e na quarta colocação do ranking. Outra grande alegria foi ter vingado mais uma derrota sofrida para o havaiano Andy Irons em finais no ano passado. Mesmo assim, Irons continua firme na liderança com mais de 1.000 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, posto que passou a ser ocupado novamente por C. J. Hobgood.

O atual bicampeão mundial começou o ano com um segundo lugar na final vencida por Michael Lowe na Gold Coast e um terceiro em Bell’s Beach, também na Austrália, onde sofreu sua primeira derrota para Joel Parkinson. No Tahiti, foi novamente barrado nas semifinais por outro australiano, Nathan Hedge. Nas Ilhas Fiji, perdeu por décimos para o norte-americano Damien Hobgood na grande final e depois quebrou um tabu ao conquistar sua primeira vitória na temporada e também nas longas direitas de Jeffrey’s Bay, na África do Sul. No Japão, onde defendia o título, arrancou a primeira e única nota 10 da competição no sábado, mas numa disputa com poucas ondas acabou sendo eliminado mais uma vez por Joel Parkinson ainda nas quartas-de-final.

Ranking WCT 2004 - 6 etapas

01)- 5748 - Andy Irons (HAV)
02)- 4644 - C. J. Hobgood (EUA)
03)- 4284 - Kelly Slater (EUA)
04)- 4008 - Joel Parkinson (AUS)
05)- 3912 - Damien Hobgood (EUA)
05)- 3912 - Nathan Hedge (AUS)
07)- 3876 - Mark Occhilupo (AUS)
08)- 3696 - Jake Paterson (AUS)
09)- 3492 - Dean Morrison (AUS)
10)- 3468 - Michael Lowe (AUS)
11)- 3432 - Luke Egan (AUS)
12)- 3372 - Daniel Wills (AUS)
12)- 3372 - Lee Winkler (AUS)
14)- 3360 - Taj Burrow (AUS)
15)- 3264 - Sunny Garcia (HAV)
16)- 3252 - Taylor Knox (EUA)
17)- 3048 - Paulo Moura (BRA)
21)- 2856 - Peterson Rosa (BRA)
21)- 2856 - Guilherme Herdy (BRA)
26)- 2676 - Victor Ribas (BRA)
28)- 2616 - Neco Padaratz (BRA)
35)- 2496 - Marcelo Nunes (BRA)
39)- 2304 - Raoni Monteiro (BRA)
47)- 1632 - Armando Daltro (BRA)