Meu vôo é de liberdade. Estou leve, livre e solta. Sou eu, de verdade Sem ninguém para censurar minha risada ou minha dança inesperada. Meu tempo é meu, meu espaço é meu. Só meus, sem fantasmas do passado assombrando meu presente. A alma penada – e pesada que rondava meus pensamentos e me despertava em sobressalto, foi para onde devia ter ido há muito tempo: para o nada, onde sempre foi seu lugar. O nada. O vazio. O oco. Meu vôo é solitário. Meu vôo é incansável. Meu vôo é sem direção. Livre de obrigações e imposições pouso quando e onde quero. Pouso macio, suave e, quase sempre, perfeito. Repouso. Reabasteço meus sonhos e minhas esperanças. Uma rápida revisão. Pura prevenção. Os sentimentos precisam de pequenos ajustes. Reparo em alguns pequenos danos do coração. Razão e emoção revisados. Apenas mais alguns ajustes e estou pronta para um novo vôo. A torre de controle faz contato. No comando, Ele autoriza a decolagem. Na bagagem, muito amor e o livre-arbítrio. E lá vou eu, pairando sobre a vida, ultrapassando os limites dos sonhos, cruzando fronteiras, desenhando meu nome no céu, zigue-zagueando entre as estrelas e pegando carona nas nuvens. Autonomia ilimitada e espaço soberano. Liberdade. Nota do Editor: Nice Pinheiro é jornalista.
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