Cabe aos educadores estimular a leitura entre as crianças e jovens
A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a “perceber” e “compreender” o mundo. Está no constante desejo de entendermos o sentido das coisas que nos cercam e de compreendermos o mundo sob diversas perspectivas; na relação com o mundo ficcional, no contato com o livro. Em todos esses casos, estamos lendo. A atividade da leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas, de fato, significa interpretar e compreender o que se lê, tornando-se um processo interativo. Há a necessidade de um conhecimento prévio do mundo para a compreensão da leitura. Cada um lê com os olhos que tem, baseado nas vivências que possui. Todo ponto de vista é visto de um ponto. Isso faz da leitura sempre uma releitura, sendo que o leitor se transforma em um co-autor. Para que esse processo tenha excelência na sua magnitude é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura, a fim de que possa ter um posicionamento crítico sobre o que lê, e não apenas passivo. O leitor que atende a esse processo projeta-se no texto, levando para dentro dele suas experiências, emoções, anseios, expectativas, sendo, desta forma, tocado pela leitura. Ele mergulha no texto e se confunde com ele em busca de seu sentido. Roland Barthes afirma que (...) “o texto se faz, se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo; perdido neste tecido – nessa textura -, o sujeito se desfaz nele, qual uma aranha que se dissolve ela mesma nas secreções construtivas de sua teia”. Portanto, percebe-se e pode-se afirmar que o único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor: é ele que dá forma ao texto, construindo as imagens em virtude do que está lendo, revelando-se como uma prática prazerosa e encantadora. Ainda podemos afirmar, com exatidão e certeza, que passamos a adquirir mais conhecimentos e cultura e ampliamos a capacidade de diálogo e interpretação. Além do que, a leitura nos proporciona refletir sobre o que somos e sobre o mundo ao redor, dilatando as expectativas para nossa própria vida. Entretanto, há um fato muito importante que se deve levar em conta: o desejo do leitor. Como afirma Daniel Pennac, “o verbo ler não suporta o imperativo”. A leitura de forma alguma deve ser uma obrigação, pois perde o seu sentido. Pennac cita alguns direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler; o de reler; o de ler em qualquer lugar; ou, até mesmo, o de não ler. Dessa forma, o leitor passa a respeitar e valorizar a leitura, criando um vínculo, possuindo, então, necessidade de fazê-la. Concluindo, cabe a nós, educadores, amigos, familiares, apresentar essa fantástica e surpreendente “ferramenta”, para que os alunos possam usufruir da melhor e mais prazerosa forma, dando sentido a ela na sua própria vida. Nota do Editor: Rochele Regina da Rocha é Licenciada em Letras pela Fapa.
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