Mulheres... Brancas, negras, amarelas Índias... sem raça, Sem nacionalidade. Simplesmente mulheres: Que choram, que cantam Que amam. Mulheres que se levantam Cedinho Para levar o filho pra escola Para a creche, para a casa da vó. Que multiplica o pão, Que reparte o arroz, E põe mais água No feijão. Que estende as mãos Sempre para dar carinho; Abre os braços pra dar Um beijo, um cheiro. Colo de amor para o Marido acamado. E ela se desdobra, Porque agora ficou Mais só. Mas ficou mais forte E decidida Em relação à vida. Não tem mais medo; Vai à luta, pelos filhos E por ela mesma É uma terra fértil Onde se planta o amor. E ela se divide Se espalha, se doa. De esposa a enfermeira, De mãe a freira, Se transformando Nas heroínas anônimas, Nas santas sem altar Em todos os dias nas manhãs do mundo.
Nota do Editor: Ana Maria Fernandes da Silva, nasceu em Igaratá (SP) e mora em Ubatuba desde 1959. Trabalha há mais de 25 anos como auxiliar de enfermagem, sempre escreveu e é participante ativa dos mais significativos grupos culturais da cidade.
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