Ambulantes fixos
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Um rigor “nunca antes” visto quando o assunto é proteção ambiental, tem embargado e posteriormente determinado a demolição de pequenas edificações, pequenos quiosques de caiçaras do ramo comerciário de longa data em nossa cidade. Gente da nossa terra que ante a falta de oportunidades sustenta a sua família com o pequeno comércio turístico. Vendem um pouco de tudo: coco, pastel, espetinhos de camarão, refrigerantes, sucos, salgadinhos e o que mais a criatividade permitir que atraiam o consumo do turista, o freqüentador da praia. Licença? Muitas vezes de ambulante, renovadas ano a ano, bastando se recadastrar no órgão competente. Agora a idéia de ambulante, parece-nos distorcida, visto que é comum a existência de carrinhos de ambulante permanente povoando nossa orla. Ambulante permanente? Isso mesmo: são inúmeros os carrinhos móveis instalados permanentemente em diversos locais de nossa cidade. Carrinhos cujos proprietários possuem licença de vendedores ambulantes mas que administram na verdade quiosques móveis que não se locomovem. São “ambulantes fixos”. Conseqüência da ‘desenfreada’ proteção ambiental é a readaptação do pequeno comerciante. Entretanto dito problema não é só dele, é nosso, é do nosso município que precisa criar oportunidade de sustento àquele que é expulso de seu local de trabalho, que tem o seu status alterado da noite para o dia. Demolir e expulsar em nome da proteção ambiental é criar um caos de ordem econômico-social. Com certeza não queremos isso. É preciso (re)pensar no impacto das medidas adotadas em nome da proteção ambiental; é preciso repensar a expedição de licenças a pseudo ambulantes, é preciso repensar a fórmula adotada, no sentido de incentivar o controle exercido sobre esse tipo de atividade com a finalidade de atrair e praticar um turismo de qualidade que trará certamente maior retorno ao município! É preciso repensar!
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