O projeto de lei que aumenta de quatro para seis meses o período de licença-maternidade foi aprovado na Câmara dos Deputados e deve ser sancionado em breve pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, a proposta - antes mesmo de ser aprovada - já está causando polêmica. De um lado estão as mães, que com mais dois meses em casa poderiam dedicar mais atenção ao bebê nos primeiros meses de vida. De outro estão os empregadores, que já começam a reclamar sobre o aumento de custos causados pela medida. Na opinião da professora Janete Teixeira Dias - coordenadora da área de Gestão de Carreiras da FIAP e Faculdade Módulo - a nova lei vai favorecer os homens na hora da contratação. "Muitas vezes a mulher é preterida nas vagas de emprego. Embora essa lei seja positiva pelo lado pessoal da mulher, pode influenciar diretamente na carreira dela", afirma. Para Janete, as mulheres de classes mais baixas terão dificuldade em receber o benefício dos dois meses sem prejudicar a carreira. "Para atividades simples e operacionais, a presença da pessoa no local de trabalho é fundamental. Já em cargos executivos é possível desempenhar as tarefas à distância, por meio da Internet e teleconferência", analisa. Segundo ela, a mulher não terá de desistir do projeto de gravidez, mas o planejamento dessa nova fase da vida deverá ser muito bem pensado.
|