O esforço da sociedade no processo de inclusão digital tem dado a grande massa a oportunidade de acesso a antes nem sonhados benefícios tecnológicos e como conseqüência tem levado cada vez mais pessoas a expor informações sigilosas ao mundo cibernético. A pesquisa divulgada pela Febraban apresenta um aumento de 9,2% de acessos a internet banking da população de baixa renda de 2006 a 2007. Isso significa algo em torno de 29,8 milhões de pessoas acessando suas contas bancárias, realizando transferências, aplicações e todo um leque de transações envolvendo muitas vezes o único capital disponível. Certamente, grande volume destas pessoas sequer tem hoje a noção exata de quão necessário se faz ter seus computadores pessoais protegidos de invasores maliciosos, de olho em alguns usuários desprevenidos e ávidos por informações que possam levá-los a crimes digitais muitas vezes de pequeno valor, porém de grande volume. A contar pelo avanço inexpressivo de combate a este tipo de crime, estão sendo incluídas milhares de pessoas a um mundo totalmente novo. Cookies, nível de segurança de navegadores, anti-vírus, anti-spam, não passam de um novo dialeto, tão incomum de se compreender como a escrita grega. Gregos que inconscientemente criaram o famoso cavalo-de-tróia, mecanismo que hoje infesta grande parte dos computadores pessoais e fazem de milhares de pessoas verem expostas suas preciosas informações. Temos visto também a grande preocupação das instituições financeiras em criar mecanismos cada vez mais sofisticados para evitar que seus clientes possam estar envolvidos em fraudes eletrônicos e várias informações são disponibilizadas em seus sites e em suas agências para que seus usuários tenham o mínimo de cuidado com as transações que serão efetuadas. Porém é válido lembrar que não disponibilizamos apenas informações em sites de banco, fazemos acesso a todo tipo de sites em que, compramos ou vendemos, realizamos cadastros e mais cadastros em listas de discussão, para recebimento de boletins, acesso a sites do governo para informação sobre a posição de nosso FGTS, consultamos nossa fatura do cartão de crédito através do site de financiadoras e assim deixamos nossas “pegadas” digitais por todo o ciberespaço. Como todo bom cidadão, cabe a cada um de nós, que possuímos acesso e discernimento dos riscos inerentes a transações eletrônicas, divulgar e orientar todos as pessoas ou entidades que conhecemos e que podem ser alvo deste tipo de crime. Talvez não sejamos nós que iremos evitar todos os abusos virtuais, mas certamente estaremos contribuindo para que a inclusão digital traga mais benefícios do que prejuízos. Nota do Editor: Luis Roberto Mulla é Diretor de Serviços e TI da TOTVS – Unidades do Interior Paulista, Bacharel em Ciências Economias e Pós-graduado em Análise de Sistemas. E-mail: luis.mulla@totvs.com.br.
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