Almir e Picuruta vão participar da Taça Coronel Rodolpho Pettená sábado e domingo.
Os irmãos Almir e Picuruta Salazar serão os destaques do Festival Nacional de Surf - Peruíbe 2004 / Taça Coronel Rodolpho Pettená nestes sábado e domingo (dias 18 e 19) na praia da Vila, em Peruíbe, Litoral Sul de SP. A competição tem caráter amistoso e visa resgatar as memórias do local, que já foi palco de grandes disputas no surf e homenagear uma das principais figuras ligadas ao esporte na região.
Almir lembra bem dos antigos campeonatos, ressaltando que o surf vivia uma fase de transformação, passava do momento romântico para o profissional. "Era bem diferente. Não tinha essa rivalidade de hoje. As pranchas monoquilhas estavam passando para biquilhas, as parafinas eram ’meia-boca’. O julgamento era feito de cadeirões, sem palanque. Não tinha nada do que tem hoje. O surf estava se descobrindo. Lembro que naquele tempo o ídolo era o Mark Richards (australiano tetracampeão mundial de 1979 a 82)", recorda o surfista, que está com 46 anos de idade e é patrocinado pela surfwear AntiQueda. Único tetracampeão paulista de surf profissional na história, feito conquistado na década de 80 e atual líder do Paulista Okdok na categoria master, a mesma onde garantiu o título santista este ano, ele também destaca o sucesso do irmão mais novo no evento em Peruíbe. "Ele ganhou os quatro campeonatos lá e eu sempre chegava à final. Era muito importante, porque era igual a um brasileiro. Vinha gente de todo o lado, do Rio, do Nordeste, do Sul. E o Picuruta era um mito na época. Lembro que uma vez ele venceu dando sete cavalos de pau numa onda, com uma biquilha, o que era igual a hoje dar um super aéreo, muito radical", elogia. Sobre o Coronel Pettená, Almir conta sobre os benefícios feitos por ele no evento: "Ele criou um alojamento num galpão e a galera tinha estadia e alimentação. Ajudou muito e todo mundo adorava ele". Picuruta também tem motivos para voltar a Peruíbe. "Vamos lá para prestigiar, reviver aqueles bons tempos", diz. "Na década de 80, todo mundo ia para Peruíbe. Eram mais de 300 surfistas, inclusive os tops da época, como o Rico de Souza, o Cauli Rodrigues, o Daniel Friedmann. O Coronel Pettená agitava mesmo, fazia campeonatos muito bons", acrescenta Picuruta, que é patrocinado por Unimonte, Red Bull, Da Hui, Surftrip, New Advance, VI e Reef. Aos 43 anos, ele é considerado o maior surfista brasileiro de todos os tempos e recordista de títulos, com mais de 150 conquistas. Continua em plena atividade e hoje é o atual campeão mundial master da ISA (pranchinha), título conquistado na Nova Zelândia, e líder do Brasileiro Profissional de Longboard (pranchões). Este ano foi, novamente, o melhor sul-americano no Mundial Profissional de Pranchões, em Biarritz, na França. Outra conquista importante na carreira foi o título mundial da ISA no longboard em 1988, em Portugal, apontado por ele como o mais emocionante da carreira. "Mas como sempre falo, o maior título mesmo é conseguir me manter na ponta, junto com os melhores da nova geração. Essa é uma vitória", argumenta. O Festival Nacional de Surf - Peruíbe 2004 / Taça Coronel Rodolpho Pettená está sendo organizado pela Kdoc e terá as categorias Master (35 a 39 anos), Super Master (acima de 40) e Pioneiros, nas modalidades pranchinha e longboard.
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