Os altos e baixos dos índices das Bolsas de Valores no mundo estão tomando a atenção de todos por conta da crise americana. Em um mundo globalizado, mal acabamos de "curtir" as oscilações (entenda "emoções") do índice Bovespa, ao final do dia, e já começamos a receber informações sobre o bom ou mau humor das bolsas asiáticas, logo no café-da-manhã... E antes do almoço, sinais de alerta já vêm da Europa. Apenas a decisão do governo americano em "bancar" a crise do setor bancário já eliminou a possibilidade de uma crise sistêmica, ou seja, a quebra de empresas do setor financeiro em um efeito dominó. Mas, como o brasileiro será atingido por essa crise? Como deve lidar com seus investimentos? - Menos exportações: executivos brasileiros, que participaram do 6º Fórum Anual de Investimentos da LatinFinance, consideram que o país pode ser seriamente afetado pelo desaquecimento econômico internacional. Acredita-se em uma queda de um ponto porcentual no ritmo de avanço da economia brasileira a partir de 2009. A queda dos preços das commodities, que representam boa parte da pauta brasileira, pode ser compensada com o esforço da indústria nacional que cada vez mais exporta produtos de maior valor agregado. - Aumento do dólar: a recente valorização do dólar, de 2,75% somente na semana passada, pode influenciar para cima os custos de produção de fabricantes por conta de componentes importados. Também por estarmos praticamente abrindo o último trimestre, já estão sendo fechados os contratos de importação dos alimentos, dos presentes natalinos e dos pacotes de viagens internacionais. Mesmo assim, espera-se que o volume de vendas do Natal aumente cerca de 10% ante o igual período. Se o dólar subir 10%, pode gerar um ponto porcentual de elevação trimestral do índice de inflação oficial do governo. A diminuição da instabilidade permitirá o dólar recuar ao patamar de R$ 1,70. - Crédito: deverá aumentar o rigor dos bancos na concessão de crédito, mesmo com o constante crescimento no número de pessoas que buscam essa opção de compra, por conta da diminuição do desemprego e aumento da renda. Os prazos diminuirão para até 60 meses no máximo para diminuir o risco de inadimplência. O custo dos empréstimos deve aumentar porque a tendência é do aumento da taxa básica de juros para próximo de 15% ao ano. A dica é buscar financiamentos com taxas máximas próximas a 2% ao mês. - Onde investir o meu dinheiro? - Quem está investindo na Bolsa de Valores não deve sair para não concretizar o prejuízo. Até o final do ano, é grande a chance de voltar a um patamar acima de 65 mil pontos e, conseqüentemente, a obtenção de uma grande rentabilidade em um curto espaço de tempo. Portanto, se você tiver sangue frio, investir uma parte das suas reservas é uma boa opção. Mas fique calmo porque até a implantação do plano de salvação americano, muita oscilação vem por aí! Se você possui um perfil conservador é melhor aplicar na renda fixa pós-fixada (CDBs, fundos DI e Tesouro Direto) e na poupança porque são portos seguros para as nuvens cinzas da crise. Nota do Editor: Marcos Crivelaro é professor PhD da FIAP e da Faculdade Módulo, especialista em matemática financeira e consultor em finanças. Autor do livro "Como sair do vermelho e tornar-se um investidor de sucesso".
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