Pierre Tostee      Joel Parkinson no Boost Mobile Pro, EUA.

Depois de vibrar com a fantástica apresentação de Kelly Slater na semifinal, a torcida norte-americana acabou saindo frustrada de Lower Trestles nesta segunda-feira (20). Faltou mais uma boa onda boa para o maior ídolo do esporte na bateria decisiva e quem festejou o título do Boost Mobile Pro foi o australiano Joel Parkinson. Foi a confirmação do domínio total da Austrália na única etapa norte-americana do ASP Foster’s World Championship Tour 2004, que foi encerrada em ótimas ondas de 2 metros de altura. Ninguém conseguiu superar os 19 pontos das duas notas 9,5 de Trent Munro no primeiro dia de disputas na Califórnia e o único 10 do campeonato foi o recebido pelo também australiano Nathan Hedge. Agora, o troféu de campeão que no ano passado foi vencido por Richard Lovett, viaja mais uma vez para a Austrália, agora nas mãos de Joel Parkinson. O prazo da próxima etapa do WCT 2004 começa nesta sexta-feira e o Quiksilver Pro France tem até o dia 03 de outubro para ser realizado.

Será mais um grande batalha de todos contra o bicampeão mundial Andy Irons. O resultado em San Clemente não alterou as primeiras posições no ranking, apenas mexeu com as pontuações e diminuiu as diferenças entre os principais candidatos ao título mundial. O havaiano continua na frente, todavia agora tem menos de 1.000 pontos da enorme vantagem que construiu na primeira metade da temporada. C. J. Hobgood se manteve em segundo lugar mesmo depois de ser atropelado pelo australiano Luke Egan nas quartas-de-final. E Kelly Slater não perdeu a terceira colocação com a derrota para Joel Parkinson na grande final do Boost Mobile Pro, que era apresentado pelo seu patrocinador, a Quiksilver.

A marca agora patrocina a próxima etapa do WCT 2004, com o prazo do Quiksilver Pro France começando nesta sexta-feira, dia 24, terminando no dia 03 de outubro. A sede principal ficará instalada em Hossegor, mas o evento é móvel pelas principais praias da Costa Sul da França. No ano passado, Andy Irons venceu o título que tinha perdido para o catarinense Neco Padaratz na grande final de 2002. Neco bem que poderia repetir a última vitória brasileira no WCT neste ano, principalmente para melhorar a incômoda 36ª posição na classificação geral das sete das doze etapas da temporada.

BRASIL VOLTA AOS TOP-16 - O pernambucano Paulo Moura continua sendo o surfista do Brasil mais bem colocado no ranking, agora ocupando o 16º lugar dentro do seleto grupo dos top-16 da ASP. Ele, o paranaense Peterson Rosa e o carioca Raoni Monteiro foram os que mais avançaram nos Estados Unidos, com os três sendo barrados nas oitavas-de-final realizadas no sábado em San Clemente. No domingo não houve competição e as finais foram disputadas em ótimas condições na segunda-feira, com Lower Trestles apresentando ondas sólidas de 2 metros de altura para encerrar o WCT do Estados Unidos.

ESTADOS UNIDOS X AUSTRÁLIA - O último dia virou um verdadeiro confronto entre os donos-da-casa com os surfistas da Austrália. E os americanos largaram na frente marcando 2 x 0 com Cory Lopez despachando Daniel Wills e Kelly Slater eliminando Darren O-Rafferty nas duas primeiras baterias das quartas-de-final. Os dois seguiram para formar uma semifinal norte-americana na Califórnia.

Porém, na chave-de-baixo os australianos deram o troco com Luke Egan atropelando o vice-líder do ranking C. J. Hobgood. Joel Parkinson ganhou de Nathan Hedge a disputa pela última vaga para as semifinais e avançou para um novo confronto australiano que ia decidir o segundo finalista do Boost Mobile Pro. E para a Austrália continuar sonhando com o título mundial nesse ano, Parkinson tinha que vencer o campeonato e o veterano Luke Egan não ia impedir isso. Por 16,66 x 13,84 pontos, novamente sempre em sintonia com as melhores ondas das séries em Lower Trestles, Parko continuou a busca pela sua manutenção na lista dos candidatos ao posto de número 1 do WCT 2004.

O SHOW DO DIA - Antes, Cory Lopez também não tinha sido páreo para o hexacampeão mundial Kelly Slater, que levantou a enorme torcida que lotava a praia com a melhor apresentação do dia. Nessa bateria, Slater recebeu a maior nota - 9,27 - e pontuação - 17,77 de 20 possíveis - da segunda-feira. Não conseguiu bater os recordes dos australianos, pois Trent Munro registrou imbatíveis 19 pontos no primeiro dia e Nathan Hedge recebeu o único 10 de todo o campeonato.

BATALHA FINAL - O confronto final da batalha entre Estados Unidos x Austrália começou com os visitantes na frente. Joel Parkinson pegou uma ótima onda logo no início da bateria e largou com uma nota 8. Slater só deu a resposta em sua quarta onda, quando recebeu uma nota 8,40 dos juízes, a maior da decisão. Mas, Parko aproveitou a mesma série e na onda de trás conseguiu 7,17 pontos para continuar na frente. Kelly ainda fez quatro tentativas buscando uma nota acima de 6,77 que lhe daria a vitória, porém não conseguiu e o placar acabou mesmo definido em 15,17 x 13,63 pontos.

Além de derrotar o maior ídolo do esporte diante da sua imensa torcida, Joel Parkinson também acabou vingando o título perdido na etapa passada para outro norte-americano da Flórida, C. J. Hobgood. Nas ondas de Hebara Beach ele também vinha se destacando a cada dia da competição e no último impediu que o havaiano Andy Irons ampliasse sua vantagem na liderança do ranking, deixando-o de fora das semifinais pela primeira vez na temporada.

Em Lower Trestles, Parko repetiu a dose sempre conseguindo duas notas altas nas suas baterias. Nas duas que disputou no sábado, tirou quatro notas acima de 9 para derrotar o compatriota Luke Hitchings no segundo confronto deles pela terceira fase (o primeiro foi cancelado) e encerrar a participação brasileira nos Estados Unidos com uma tranqüila vitória sobre o paranaense Peterson Rosa nas oitavas-de-final, somando também mais de 18 pontos.

Resultado do Boost Mobile Pro

1º- Joel Parkinson (AUS) - US$ 30.000 e 1.200 pontos
2º- Kelly Slater (EUA) - US$ 16.000 e 1.032 pontos
3ºs- US$ 10.000 e 876 pontos - Luke Egan (AUS) e Cory Lopez (EUA)
5ºs- US$ 8.000 e 732 pontos - C. J. Hobgood (EUA), Nathan Hedge (AUS), Daniel Wills (AUS) e Darren O-Rafferty (AUS)
9ºs- US$ 5.000 e 600 pontos - Paulo Moura (PE), Peterson Rosa (PR), Raoni Monteiro (RJ), e mais cinco surfistas
17ºs- US$ 4.225 e 480 pontos - Guilherme Herdy (RJ), Marcelo Nunes (RN), Armando Daltro (BA), e mais treze surfistas
33ºs- US$ 3.400 e 288 pontos - Neco Padaratz (SC), Victor Ribas (RJ) e mais quatorze surfistas

Ranking WCT 2004 - após 7 etapas

01- 6.036 - Andy Irons (HAV)
02- 5.376 - C. J. Hobgood (EUA)
03- 5.316 - Kelly Slater (EUA)
04- 5.208 - Joel Parkinson (AUS)
05- 4.644 - Nathan Hedge (AUS)
06- 4.392 - Damien Hobgood (EUA)
07- 4.356 - Mark Occhilupo (AUS)
08- 4.308 - Luke Egan (AUS)
09- 4.296 - Jake Paterson (AUS)
10- 4.204 - Daniel Wills (AUS)
11- 3.972 - Dean Morrison (AUS)
12- 3.960 - Taj Burrow (AUS)
13- 3.852 - Taylor Knox (EUA)
13- 3.852 - Lee Winkler (AUS)
15- 3.756 - Michael Lowe (AUS)
16- 3.648 - Paulo Moura (PE)
20- 3.456 - Peterson Rosa (PR)
23- 3.336 - Guilherme Herdy (RJ)
32- 2.976 - Marcelo Nunes (RN)
33- 2.964 - Victor Ribas (RJ)
36- 2.904 - Neco Padaratz (SC)
36- 2.904 - Raoni Monteiro (RJ)
46- 2.112 - Armando Daltro (BA)