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Educação
21/10/2008 - 16h07
Para falar a língua do mercado
Luiz Gonzaga Bertelli
 

O que é preciso para se conseguir uma boa vaga de estágio? Algumas habilidades e competências poderão variar de acordo com a área de atuação escolhida, mas certamente conhecimentos de inglês e/ou espanhol estarão em destaque no currículo daqueles que têm condições de arcar com cursos para aprofundar seus estudos dos idiomas mais demandados pelo mercado. Entretanto, de que vale conhecer a língua de Shakespeare ou de Cervantes se o estudante não consegue se expressar corretamente no seu próprio idioma? Ostentar um “português avançado ou fluente” no resumo das habilidades deveria ser bem mais valorizado pelo próprio jovem, já que é requisito de peso nas avaliações dos candidatos a estágio ou emprego. Afinal, não se trata apenas de aplicar as regras gramaticais e ortográficas, mas de transmitir corretamente idéias, adequando palavras e estilos a públicos específicos. E são poucos os que conseguem fazê-lo.

O lingüista Evanildo Bechara, autor da mais famosa gramática brasileira e membro da Academia Brasileira de Letras, defende que as escolas deveriam formar poliglotas no seu próprio idioma. Por exemplo, a maneira como os jovens se comunicam com seus colegas deve ser diametralmente oposta àquela que ele usará para tratar de assuntos profissionais e isso nem sempre é tão claro. Gírias, construções de frases e concatenação de argumentos: tudo muda, quando se transita do mundinho pessoal para o universo corporativo. E como passar esse cabedal de vocábulos, regras e estilos para estudantes que, segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro divulgada em maio passado, lêem apenas 1,7 obra por vontade própria, ao ano?

A bem da verdade, a média de livros lidos por estudante é de 7,2/ano, dos quais 5,5 são didáticos ou indicados pelas escolas. Aqui, outro motivo para preocupação: a qualidade dessa leitura praticamente obrigatória pode não ter grande valia. Em junho passado, registrou-se o caso de um caderno com dicas para professores da rede pública estadual que continha a palavra ensino grafada com c no lugar o s – um lamentável encino – em quase todas as suas páginas. Por essas e por outras, o País não decola em avaliações internacionais, como o Pisa, que escancara os baixos níveis de compreensão e interpretação de textos apresentados por nossos estudantes.

A leitura e a prática do escrever bem devem ser estimuladas, assim como o contato com os grandes exemplos de estudiosos da língua. O CIEE faz a sua parte: Evanildo Bechara foi escolhido Professor Emérito – Guerreiro da Educação 2008, a maior homenagem concedida pela entidade às personalidades que mais contribuíram à educação. Paralelamente, no site www.ciee.org.br, os candidatos a estágio podem aprimorar os conhecimentos em Português com dois cursos “Atualização gramatical” e “Produção de textos e redação empresarial”, feitos pela internet.


Nota do Editor: Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, da Academia Paulista de História – APH e diretor da Fiesp.

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