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SEÇÃO
Economia e Negócios
30/10/2008 - 16h12
Crise econômica, o que fazer?
Ariovaldo Lopes
 
É possível crescer com a crise?

Com certeza o mundo passa por um momento de crise e os indicadores não negam. O problema na maior economia do globo é estrutural e representa o transbordamento de um rio de problemas, represado por décadas, mas que não dá mais para segurar.

Semelhante a um orçamento familiar, um país necessita equilibrar seu orçamento e adequar o seu padrão de gastos às disponibilidades. Além disso, deve procurar não se endividar e constituir algum fundo ou reserva para momentos de necessidade. Esses são alguns fatores indicadores da saúde econômica de uma família, de uma empresa ou de um país.

Qualquer família que mantêm um padrão de gasto acima de suas possibilidades, às custas de créditos tomados, que mostre uma falsa prosperidade baseada na ostentação e que não se preocupa em adotar práticas alinhadas com as práticas das famílias mais prósperas e inteligentes, certamente pagará a conta em algum momento.

Práticas inadequadas não condizentes com a economia de um país ou de um bloco econômico, que persistam por décadas, somente podem potencializar crises imprevisíveis. Problemas estruturais persistentes, falta de poupança, gastar mais do que se ganha, teimosia arraigada de insistência em manter um padrão de vida incompatível com a prática do resto do mundo em algumas famílias, são como bombas que, em algum momento, certamente estourarão.

No caso dos nossos “big brothers” a situação está instalada, o estopim está aceso, ou seja, conseqüências com certeza virão. O impacto em cada país, em cada empresa, em cada um de nós será maior ou menor dependendo de quanto estamos preparados para essa crise e da situação em que se encontram os fatores indicadores da saúde econômica encontrada.

Atualmente o Brasil está com seus fatores indicadores da saúde econômica em um bom momento, mas isso não quer dizer que a crise não será percebida. Já estamos sentindo os efeitos da crise, mas certamente o impacto na economia brasileira será menos devastador do que nas economias desorganizadas.

O que fazer nesses momentos de crise? Em primeiro lugar devemos identificar e analisar os nossos indicadores de saúde econômica e, em caso de necessidade, devemos nos ajustar imediatamente. Não devemos nos desesperar e nem tomarmos atitudes precipitadas sem uma análise profunda e adequada.

No campo das empresas é muito importante que procurem refinar os seus fluxos de caixa, que avaliem o impacto das despesas ou receitas com variação de câmbio, e que verifiquem se o nível de gasto pode ser melhor controlado e reduzido, sem perda de qualidade ou queda do nível de serviço.

No entanto, no caso de previsões de queda de rentabilidade e de receitas nas empresas ou problemas em entregar as metas orçadas originalmente, em primeiro lugar é ideal repensar a estrutura da empresa como um todo. Muitas empresas em momentos de crises pensam imediatamente em cortar gastos básicos, em eliminar uma posição de uma recepcionista ou office boy, enquanto mantêm uma dúzia ou mais de gerentes e diretores com altos salários.

Em relação ao Brasil, apesar dos fundamentos econômicos saudáveis, não é nada difícil começar a lição de casa reduzindo gastos desnecessários como, por exemplo, a eliminação de ministérios pouco úteis, a proibição de contratação de parentes, a adoção de auditorias sérias efetuadas por empresas independentes e, a cobrança com máximo rigor de práticas éticas de todos os participantes do governo.

Tanto no macro como no micro cenário, ou seja, com os países, com as empresas e com as famílias devemos buscar oportunidades para minimizar os efeitos ou até mesmo de crescer com a crise.

Para o país é momento de fazer o dever casa cortando gastos. Com a moeda favorável podemos crescer com exportações e para isso é importante diminuir a burocracia interna do país, conceder créditos para as exportações de forma inteligente, obtendo assim um elemento compensatório, ainda que parcial, da redução do ritmo econômico interno.

Devemos revisar todos os serviços contratados em uma determinada empresa. Existem novos e competentes fornecedores surgindo a cada dia, com melhores serviços por menores custos. Em relação às estruturas, comece questionando a real necessidade das posições a partir do topo da pirâmide e não começar cortando a partir da base, tirando do cenário os menos favorecidos conforme já falamos (office boy, atendentes etc.)

As empresas também requerem regras de governança corporativa muito bem definidas, justas e claras, com a exemplificação dos padrões éticos pelos gestores. Por fim, a empresas devem identificar oportunidades de exportação e de ganhos cambiais. Devem repassar de forma rápida aos preços os impactos referentes aumentos de custos, resultantes da mudança da taxa do dólar, ou de outras moedas com cotação internacional.

As famílias devem manter um orçamento equilibrado e, caso haja necessidade, os gastos deverão ser cortados. O ideal é preparar uma lista em papel ou planilha eletrônica com os gastos do dia-a-dia. Em caso de necessidade deve-se buscar uma renda complementar e para isso existem boas alternativas.

Em momentos de crise como a atual, precisamos estar alertas e atuantes para a minimização dos resultados negativos, pois em momentos como este é que as qualidades e os defeitos surgirão. Procure fazer desta crise um diferencial uma válvula propulsora para mudanças, faça que a sua qualidade seja o seu grande trunfo, de maneira que também possibilite o seu crescimento em relação à empresa em que atua, ao seu negócio ou mesmo no âmbito familiar.


Nota do Editor: Ariovaldo Lopes é Executivo de empresas internacionais, Professor universitário, Mestre em Finanças e Contabilidade.

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