| Daniel Smorigo |  | | | O ubatubense Renato Galvão / South to South. |
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O ubatubense e campeão brasileiro de surf profissional, Renato Galvão, faz um balanço do ano que está prestes a terminar. Ele conta como foi importante a estrutura oferecida pela South to South (ww.southtosouth.com.br) para correr o WQS de 2008, lamenta a contusão do tornozelo - ainda no começo do ano durante um freesurfer em Noronha - e fala das expectativas sobre a temporada e a perna havaiana do Tour de Qualificação. Apesar de não ter mais chances para ingressar no WCT do ano que vem, Galvão garante presença e determinação nos eventos de Sunset e de Haleiwa, onde acredita ser o começo de uma nova safra de conquistas. Comente sobre a temporada de 2008: desempenho, resultados, dificuldades... Vinha de uma seqüência muito boa de resultados e conquistas em 2007. Havia acabado de fechar com a South o contrato para correr o WQS 2008. Estava me programando para começar o ano em um ritmo forte no WQS e no SuperSurf quando, em uma sessão de surf em Noronha, torci meu pé direito e fui obrigado a ficar dois meses sem surfar. Foram dois meses sem competições e sem treinamento. Isso, sem dúvida, me atrapalhou muito. Acabei perdendo um pouco da pegada e não tive tempo de testar minhas pranchas novas, nem de me preparar antes das competições. Conseqüentemente acabei não obtendo bons resultados no WQS e no SuperSurf no início do ano, o que atrapalhou toda a temporada. No WQS comecei o ano com "seeding 150" - entrava em fases um pouco mais avançadas das competições - atualmente estou 66º. Venho a cada evento subindo uns degraus e espero, se Deus quiser, melhorar ainda mais minha colocação no Hawaii. Isso sem dúvida será muito importante para mim em 2009. E o SuperSurf? Depois da vitória em Itamambuca você se tornou recordista profissional com o maior número de etapas vencidas... No SuperSurf foi assim também, acabei não indo bem nas primeiras etapas, estava surfando bem mais não estava conseguindo manter o ritmo durante a bateria. Pegava uma onda legal e acabava não conseguindo uma segunda. Ubatuba foi o evento chave para mim. Fui campeão em casa e entrei na briga pelo título brasileiro. Na última etapa, no Rio de Janeiro, surfei bem as primeiras baterias e acabei perdendo em uma, por não consegui achar ondas com potencial. Esperei mais de 15 minutos, mas ela não veio. Fiquei em 9º e terminei em 8º no ranking final. O fator positivo foi que depois da última vitória em Ubatuba, me tornei o recordista em número de conquistas no SuperSurf: Torres (RS) 2003, Cupe (PE) 2004, Saquarema (RJ) 2004, Barra da Tijuca (RJ) 2007 e Ubatuba (SP) 2008. A parceria com a South, ajudou muito? Sem ela, seria impossível correr as etapas do WQS fora do Brasil e você já passou por isso, certo? Comente sobre essa "estrutura de patrocínio" e quais foram as conseqüências da falta dela? Sem dúvida! Para mim foi uma benção e eu só tenho que agradecer a Jesus e a família South to South (Mauricio, João, Binho, Daniel e meu amigo Lucinei Mallas). Pessoas que me ajudaram muito e me deram a oportunidade de mostrar meu trabalho, representando a marca mais surf do Brasil. Isso foi um grande estímulo para mim e fico amarradão quando subo no pódio e levanto a bandeira South to South. Sempre ressaltando que sem esse tipo de apoio, ficaria inviável correr as etapas do WQS fora do país e sofri isso na pele o ano passado. Vai para o Hawaii? Quais suas expectativas? Pretende correr as etapas do WQS mesmo sem chance de classificação para o WCT? São dois campeonatos muito importantes para mim - WQS de Sunset e de Haleiwa - não no sentido de brigar por uma vaga, mas sim de melhorar no ranking e buscar um resultado no Hawaii que é um lugar de ondas incríveis. Estou feliz em voltar a competir lá, já passei várias baterias com caras de peso nas duas praias e espero que os bons resultados venham e que sirvam de incentivo, para que em 2009, possa ser minha melhor temporada no surf profissional. Qual o foco central para o próximo ano? Vai correr mais etapas e dar um gás maior no WQS? Vai continuar correndo o SuperSurf? Estou determinado e esperançoso. Se Deus quiser, vou começar o ano com bons resultados no WQS e ir com tudo atrás da tão sonhada vaga no WCT. Mas não vou deixar o SuperSurf de lado. Vou correr todas as etapas e brigar por mais um título nacional. Entrar no WCT não uma tarefa fácil... Nada é fácil nessa vida! Entrar para o WCT também não, mas estou disposto a lutar e fazer o que for possível para realizar este sonho. Determinação não vai faltar. Preparação física, tática e psicológica são atualmente imprescindíveis para surfistas profissionais atingirem a "alta performance". Como você está se preparando? Já estou me programando para a próxima temporada. Nos últimos dois anos fiquei sem treinador e sei da importância desse trabalho. Por isso irei recomeçar o trabalho com o Carlinhos, meu técnico. Quero preparar meu quiver. Pretendo encomendar várias pranchas e separar as melhores para começar o ano centrado nas competições e estou planejando com meus amigos, Saulo e Diego, de fazer uma trip em janeiro para algum lugar com ondas perfeitas, colocar a prancha no pé e ficar no rip.
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