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Educação
27/11/2008 - 13h02
O país com problemas de saúde
Luiz Gonzaga Bertelli
 

Muito se critica a Saúde no Brasil pelo viés de políticas públicas e poucos se arriscam a olhar uma das faces mais profundas do problema. Há, sim, longas filas de espera, falta de leito e equipamentos nos hospitais. Porém, mais grave é a qualificação dos médicos, como reafirma o mais recente exame de avaliação do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp): o índice de recém-formados reprovados, ou seja, dos estudantes que saem da faculdade sem dominar conhecimentos básicos do atendimento clínico, dobrou entre 2005 e 2008, saltando de 31% para 61%.

O percentual começa a se aproximar perigosamente do registrado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção de São Paulo (OAB-SP) que, em 2008, reprovou 77,3% dos inscritos. A diferença é que a prova da OAB-SP é obrigatória e a do Cremesp é feita voluntariamente, o que pode indicar que apenas os recém-graduados mais interessados participaram. A comparação entre as duas situações rende outra diferença e mais um ponto em comum. Tanto a Medicina quanto o Direito sofreram com a proliferação de cursos, já que quantidade não é sinônimo de qualidade. A história muda no que se refere ao treinamento que os estudantes dessas áreas podem receber antes de passar pelo teste.

Diferentemente dos futuros advogados, que antes mesmo da conclusão da faculdade são estimulados a participar de estágios nos quais aplicam na prática os conceitos teóricos e aprendem com a experiência de profissionais gabaritados, os futuros médicos esbarram numa série de dificuldades para entrar em programas de capacitação. Por não estarem autorizados a prestar atendimento direto a pacientes sem a devida graduação, eles precisam ganhar experiência desempenhando atividades não menos importantes na área da saúde, atuando em setores administrativos ou laboratoriais. Nem mesmo a residência médica, estágio de pós-graduação que visa à especialização, é obrigatória. Na ponta do lápis, um jovem pode conquistar o diploma de médico generalista sem ter exercido qualquer prática profissional e, o que é pior, ser contratado por um pronto-socorro em que tratará até mesmo dos problemas de saúde que mais matam no País: doenças cardiovasculares e traumas.

E há um outro problema: o direcionamento de carreira, mesmo entre aqueles que optam pela residência. Contando com mais de 50 opções de especialização, a maior procura recai em cirurgia plástica e dermatologia, carreiras com maior retorno financeiro, em detrimento das menos glamorosas e mais necessárias, como pneumologia e nefrologia – conforme aponta estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM).


Nota do Editor: Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, da Academia Paulista de História – APH e diretor da Fiesp.

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