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Economia e Negócios
01/12/2008 - 17h05
Enfrentando a crise com garra!
Laerte Cordeiro
 

É preciso admitir que lendo os jornais, vendo os noticiários da TV e ouvindo os comentaristas políticos e econômicos, todos nós sentimos, neste começo de dezembro de 2008, certo friozinho na barriga.

A crise se anunciou em outubro, atravessou novembro e eis que chegamos a dezembro ainda um pouco assustados, sem saber bem o que fazer diante das ameaças que pairam no ar, ainda para este finzinho de ano e, em muito, para o ano que vem.

Infelizmente, a palavra crise é como se fosse um rastilho de pólvora que alguém acende e ninguém mais segura. No que respeita ao mercado de trabalho como um todo, já se anunciava que em outubro foram criados menos 70% novos empregos formais. A pesquisa IMPEX da Laerte Cordeiro, que acompanha apenas o recrutamento de executivos pelos principais jornais de São Paulo mostrou, em outubro deste ano, uma redução de 25% sobre o número de oportunidades de emprego oferecidas para diretores e gerentes, em setembro.

Já se percebem movimentos, em alguns importantes setores empresariais, de suspensão de novas admissões, temendo-se que com o agravamento da crise, possamos voltar a um tempo ruim em que não só o emprego era escasso, mas também era difícil manter o emprego que se tinha.

Embora torcendo como todos os brasileiros para que nada disso aconteça em nosso País, e que ele possa passar incólume pelas situações internacionais ameaçadoras do presente e do futuro, ainda assim é preciso que estejamos preparados para enfrentar o momento mais difícil se ele chegar.

Já passamos por isso no passado mais do que uma vez e sabemos que na crise a vida não fica fácil pra ninguém, mas obviamente fica muito mais difícil para quem perde seu emprego. Quem não perde tem que continuar a trabalhar em regime de economia de recursos nas empresas, onde tudo vai se economizar, desde os salários, bônus e gratificações até os benefícios assistenciais hoje tão comuns. Lá se vai o carro da empresa, o celular, o laptop, a gorda remuneração variável, os check-ups médicos sofisticados e assim por diante. Encolhem-se as verbas e tudo fica mais difícil, incluindo-se os cursos de Inglês e outros programas. Talvez até se tenha que aprender a trabalhar com sistemas e equipamentos menos modernos na área da Tecnologia. É preciso saber conviver com uma nova realidade de trabalho cheia de restrições e de economias.

Se mesmo quem não é demitido na crise sofre, que se dizer daqueles que de repente se vêem sem emprego, sem rendimento, sem local de trabalho, sem oportunidades e olhando para o mercado através dos meios disponíveis e não encontrando aberturas para a necessária recolocação.

Recomendações oportunas

Na hora da crise – que não aconteça – algumas recomendações parecem oportunas:

· Mantenha sua tranqüilidade funcional mesmo ouvindo boatos e comentários de corredor, sobre cortes e demissões. Se tiverem que acontecer, você não poderá fazer muito para evitar que lhe aconteça e se acontecer, é melhor que mantenha a calma e a boa imagem.

· Se a Empresa não fizer demissões mas tiver que apertar custos e despesas, entenda que a sobrevivência é o maior objetivo e colabore como puder para que sua empresa possa atravessar a tormenta da maneira menos pior.

· Na medida em que apenas com economia não se possa resolver o problema, como em muitas empresas, talvez a sua também tenha que recorrer à redução de custos pela redução de quadros. Infelizmente é aí que as pessoas perdem seus empregos e tem que ir para o mercado escasso buscar suas oportunidades.

· Dependendo da filosofia administrativa da empresa ou da situação econômico-financeira que atravesse, sua organização poderá ajudá-lo em sua demissão, contratando uma consultoria para ajudá-lo a encontrar um novo emprego, dando-lhe uma gratificação extra de saída, para você suportar os primeiros tempos do desemprego ou, conforme o caso, não fazer nada e apenas saldando a dívida trabalhista da quitação.

Não tem jeito, fui demitido!

Em qualquer hipótese há muitas coisas a fazer, de imediato, se você perder seu emprego, neste momento difícil, quando a crise chega e não tem jeito de segurar:

· Faça rapidamente um levantamento de todas as pessoas conhecidas e amigas que poderiam ajudá-lo em sua busca de alternativas de recolocação. Haverá pessoas mais próximas que possam converter-se em padrinhos da sua candidatura. Procure pessoalmente cada um e peça ajuda para a divulgação da sua busca no mercado.

· Atualize suas informações pessoais e profissionais e elabore um currículo de duas páginas, em papel A-4, branco e imprima em letras pretas. Não se esqueça que um currículo é um folheto promocional de sua candidatura, mas que deve falar a verdade, ainda que com alguma maquiagem muito leve. Ande com exemplares em sua pasta, mala ou onde possa, para não perder a oportunidade de passá-lo para alguém interessado.

· Leia alguma coisa em livros e revistas que lhe prepare para participar de processos de seleção com sucesso, principalmente no que se refere às entrevistas e como passar bem por elas.

· Se você é um executivo ou um profissional sênior em qualquer área de atividade, procure endereços dos principais “headhunters” e cadastre seu currículo nos sites respectivos; se você é um profissional mais júnior, talvez a alternativa sejam as agências de emprego, que podem ajudar.

· Se a empresa que lhe demitiu não patrocinou uma empresa de recolocação pára ajudá-lo, você sempre pode contratar uma às suas próprias expensas, escolhendo com cuidado porque o mercado tem empresas boas e não tão boas. Mas é sempre útil para quem está desempregado, ter um coach para ajudá-lo no projeto.

· Embora o sistema de “mala direta” esteja um pouco ultrapassado, sempre será útil escolher algumas empresas que você considere alvos do seu projeto de recolocação e enviar o seu currículo por e-mail ou por correio. Às vezes dá certo.

Em verdade não há mágicas e o que se precisa é criatividade, trabalho e força de vontade para poder superar um momento de crise nacional quando se é apanhado por ela, sem que se possa fazer muito para evitar os problemas do desemprego.

Parece, também, adequado para o desempregado, não se aferrar à sua vida pessoal e profissional anterior, dos bons tempos, entendendo que aquele mundo caiu e é preciso pensar em alternativas, absorver e enfrentar mudanças de hábitos e, quem sabe, recomeçar uma luta difícil mas que precisa ser enfrentada.

Crise é crise e, no mercado de trabalho, se tiver que acontecer de verdade ninguém passa por ela incólume. Sofrerão governantes, empresários, dirigentes, chefes e subordinados, sofrerão certamente as famílias e os cidadãos.

Aqueles que conseguirem manter os seus empregos virão acontecer restrições, economias, escassez de recursos e redução de expectativas, promessas, futuro.

Pior para aqueles que forem apanhados mais drasticamente nas campanhas de redução de custos e de pessoal, porque perderão seus empregos e deverão enfrentar uma luta difícil e nem sempre de resultados tão satisfatórios, na busca de suas carreiras e até da manutenção do seu dia a dia.

As crises vêm e vão mas carreiras se destroem, vidas se complicam, famílias sofrem. Vamos todos lutar para que não cheguem até nós efetivamente os seus efeitos mais perniciosos. Mas se tivermos que mais uma vez lutar para vencê-la, estejamos preparados e usemos as experiências anteriores e tudo o que hoje sabemos fazer para reduzir seus malefícios. Enfrentemos a crise com garra!

E que mais nenhum engenheiro tenha que ganhar a vida vendendo suco de frutas, como já aconteceu no triste passado, da crise dos anos ’80!


Nota do Editor: Laerte Leite Cordeiro (www.laertecordeiro.com.br) é consultor Sênior de Hunting, Outplacement e Coaching da Laerte Cordeiro Consultoria. Atua como consultor profissional na Área Geral de Recursos Humanos em São Paulo, em projetos de contratação de executivos, outplacement, coaching e planejamento e desenvolvimento organizacional, contribuindo com seus conhecimentos técnicos, experiência profissional especializada e network de relacionamento. Tem carreira universitária desenvolvida durante 15 anos como professor "full-time" da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas e no Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos. É mestre em Administração pela Michigan State University, dos Estados Unidos, Economista pela Faculdade de Economia S.Luís, São Paulo e conta com especialização em Management e Recursos Humanos nas Universidades de Harvard e Stanford, nos Estados Unidos.

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