Ivan Storti      O ubatubense Odirlei Coutinho, que fez a festa na praia Mole, em Florianópolis (SC), sendo campeão da II Seletiva Petrobrás de Surfe Masculino.

Depois de liderar praticamente toda a grande final, o catarinense Marco Polo acabou perdendo o título da II Seletiva Petrobras de Surfe Masculino para o ubatubense Odirlei Coutinho nos últimos minutos da bateria. Com a vitória em Florianópolis (SC), o atual vice-líder do SuperSurf 2004 assumiu a ponta no ranking de acesso para a divisão principal do Circuito Brasileiro de Surfe Profissional. Na decisão disputada no domingo de Sol e ondas de meio metro de altura na praia Mole, o fenômeno Adriano "Mineirinho" de Souza perdeu sua invencibilidade ao terminar em quarto lugar, atrás ainda de outro ubatubense, Edgley Santos. Mineirinho conquistou os três campeonatos que tinha disputado no Brasil neste ano e prometeu brigar pelo título brasileiro da divisão de acesso no Rip Curl Guarujá Pro, que será realizado nos dias 07 a 10 de outubro na praia do Tombo, onde ele mora.

Eu estava na maior expectativa de vencer este campeonato. Vim aqui para Florianópolis com este objetivo, mas infelizmente fiquei em quarto lugar", lamentou Adriano "Mineirinho" de Souza, 17 anos, que não encontrou boas ondas na bateria decisiva da II Seletiva Petrobras de Surfe Masculino. "Mesmo assim, estou superfeliz com este resultado e espero conquistar esse título brasileiro lá em casa, com toda a minha torcida a favor", deseja Adriano, que sai de Florianópolis com os recordes do campeonato, registrados em sua estréia na praia Mole, quando recebeu uma nota 9,33 e totalizou 17,66 pontos de 20 possíveis.

Mas, na bateria decisiva ele só conseguiu somar 8,40 pontos e quem largou na frente foi o catarinense Marco Polo, que levantou a torcida logo no primeiro dos 30 minutos da grande final. Ele ganhou 5,33 pontos e em sua segunda onda recebeu nota 6,33 para abrir uma grande vantagem sobre os adversários. O ubatubense Odirlei Coutinho demorou para pegar sua primeira onda boa e começou com uma nota 5,17. Já nos minutos finais sacramentou a vitória aplicando várias batidas radicais jogando a rabeta da prancha para receber nota 7,17 dos juízes.

Ninguém mais conseguiu nenhuma onda consistente para poder virar o resultado e Odirlei Coutinho comemorou ainda dentro da água a conquista do título da II Seletiva Petrobras de Surfe Masculino, que lhe rendeu um prêmio de 10.000 reais e a liderança isolada na divisão de acesso do Circuito Brasileiro. Com a vitória na praia Mole, Odirlei ainda conseguiu vingar a derrota sofrida em casa, em Ubatuba (SP), onde Adriano de Souza venceu a I Seletiva Petrobrás e ele terminou em terceiro lugar.

"Só quando faltavam menos de 5 minutos é que consegui achar uma ondinha boa e eu sabia que tinha que radicalizar ao máximo para poder tirar uma nota alta. Fui chutando a rabeta pro tudo ou nada e os juizes souberam reconhecer a dificuldade das manobras, soltando a nota que eu precisava para vencer", contou Odirlei, que agora está na briga direta pelos dois títulos brasileiros, o da divisão de acesso e o do SuperSurf. "Estou muito feliz com esta vitória e isso vai me dar um gás especial para a grande final do SuperSurf, pois também estou na briga pelo título brasileiro que será decidido lá em Saquarema (de 13 a 17 de outubro), contra principalmente o meu grande amigo Renato Galvão".

Mesmo perdendo o título nos minutos finais, o catarinense Marco Polo não abandonou o seu bom humor característico. "Nooossaaa, tinha três paulistas na final e eu queria muito ganhar aqui para a gente fazer uma festa completa em casa. Liderei até os minutos finais, mas o Odirlei teve muita sorte em achar uma ótima onda para virar em cima de mim", falou Marco Polo, que confessou que se preocupou mais em marcar o Mineirinho do que os dois ubatubenses. "Foi isso mesmo, porque ele não pode dar um pulinho (aéreo) na onda que os juizes já lhe dão um 8. Então, depois que peguei minha segunda onda boa fui lá para perto dele e os outros dois ficaram mais livres", contou Marco Polo, que levou 5.000 reais e agora aparece em sexto lugar na classificação geral das duas etapas da Seletiva Petrobras de Surfe Masculino.

Já o ubatubense Edgley Santos vibrou bastante com o resultado, principalmente por estar atualmente sem patrocínio. "Eu só consegui pegar uma onda boa, mas Glória a Deus porque eu vim para cá sem patrocínio, vim ralando desde as primeiras fases e só chegar na final já foi uma vitória para mim", falou o atleta-de-cristo Edgley Santos, que faturou 3.000 reais de prêmio pelo terceiro lugar e subiu para a 16ª posição no ranking que garante vinte vagas na elite nacional do SuperSurf no ano que vem.

Com organização da RM Sports, a Seletiva Petrobras de Surfe Masculino de Florianópolis teve a Petrobras como principal patrocinadora e esta segunda e última etapa também contou com o co-patrocínio da Siemens, Claro e Rip Coast Renner, além do importante apoio da Prefeitura Municipal de Florianópolis e Fundação Municipal de Esportes, numa realização conjunta da Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP) e Federação Catarinense de Surf (FECASURF).

Ranking da Seletiva Petrobras
Após 2ª etapa - Florianópolis (SC)

01)- 1730 - Odirlei Coutinho (SP)
02)- 1670 - Adriano de Souza (SP)
03)- 1220 - Fábio Gouveia (PB)
04)- 1165 - Daison Pereira (RS)
05)- 1120 - Cristiano Guimarães (SP)
06)- 1100 - Marco Polo (SC)
07)- 1010 - Pablo Paulino (CE)
08)-  950 - Alexandre Almeida (RJ)
09)-  930 - Beto Fernandes (SP)
10)-  915 - Tânio Barreto (AL)
11)-  900 - Tadeu Pereira (SP)
11)-  900 - Claudemir Lima (CE)
13)-  860 - Sávio Carneiro (PE)
14)-  850 - Raphael Becker (SC)
14)-  850 - Jano Belo (PB)
16)-  828 - Edgley Santos (SP)