Todos os dias somos apresentados a novos paradigmas do mundo digital. Algumas destas inovações ficam conhecidas como "vaporware", já que não se sustentam ao longo do tempo; outras enfrentam um problema de timing: entram em um momento em que a tecnologia não está pronta ou que as pessoas não estão aptas a absorverem aquela idéia. É assim mesmo. O processo de inovação é composto por depuração, muitas idéias, várias tentativas e alguns sucessos estrondosos. Nesse contexto, o papel de quem está envolvido na gestão de canais eletrônicos é mapear e filtrar a informação para assim definir as apostas. É separar o buzz hot da tendência que impacta realmente o negócio. Um ótimo exemplo de inovação é o cloud computing (computação na nuvem), considerada a expressão do momento em tecnologia e apontada em relatório do Gartner como uma das três mais importantes tendências emergentes nos próximos três a cinco anos. O cloud computing é, basicamente, um modelo no qual a computação - composta por processamento, armazenamento e softwares - está na rede e é acessada via internet. Desde que Marc Andersen criou o Nestcape, em 1994, eu escuto a teoria que, no futuro, todos nossos dados estariam na "nuvem" da Internet e que tudo o que eu precisaria era de um navegador e nada mais. E este futuro já chegou, sustentado, principalmente, por conexões cada vez mais velozes e permanentes e também pela própria evolução da tecnologia de desenvolvimento para Web, que cria sites tão poderosos quanto às aplicações que rodam instaladas nas máquinas. O grande diferencial do cloud computing é permitir acesso aos dados a qualquer momento: anytime, anywhere, anyway. E foi justamente isso que me fez trocar, há seis meses, o meu notebook por dois iMac. Tenho um em casa e outro na agência e utilizo softwares que funcionam na "nuvem", como o Mobileme, que me garante uma perfeita harmonia de informações entre meus computadores. E-mails, arquivos, agenda e tarefas são automaticamente sincronizados. Quando estou na rua, meu note e meu iPhone são "espelhados" através da nuvem. As empresas envolvidas na oferta do cloud computing têm, para os próximos anos, alguns desafios, como segurança e confiabilidade. Para que o usuário realmente "entregue" seus sistemas e arquivos para a "nuvem" da Internet, elas precisam garantir que o internauta terá os mesmos devidamente protegidos e disponíveis para acesso imediato. O impacto deste novo paradigma afeta diretamente a tecnologia e o marketing das empresas. Grandes corporações usam, cada vez mais, técnicas de cloud computing para otimizar investimentos de infra-estrutura e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade dos funcionários. Este incipiente mundo virtual tem mais um viés: a conexão, infelizmente, não é 100% segura e corremos o risco de ficar sem ela. É como se acabasse a luz: quando isso acontece, vou ler um bom livro ou curtir as minhas filhas. Nota do Editor: Marcelo Tripoli (marcelo.tripoli@ithink.com.br) é presidente da agência de marketing digital Ithink e autor do blog ifound.com.br.
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