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Educação
02/02/2009 - 09h03
Menos desigualdade, mais educação
Luiz Gonzaga Bertelli
 

O Brasil é um dos países que melhor conseguiu reduzir as desigualdades sociais nos últimos 30 anos. A distância entre ricos e pobres diminuiu, principalmente pelo aumento do nível de renda, que cresce em ritmo chinês – em torno de 8% ao ano – entre a população mais carente. Apesar disso, o país tem o pior desempenho em leitura e matemática em comparação com os integrantes do BRIC (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China). Esses dados, apresentados recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), demonstram que, apesar dos avanços, ainda há muito que fazer. Uma das grandes pedras no sapato é mesmo a má qualidade do ensino praticado no país, que impede avanços muito mais significativos. Veja-se o exemplo do sofrível desempenho em matemática de 90% da população. Hoje, muitos brasileiros não conseguem nem calcular direito o troco sem a ajuda da calculadora. Pode parecer bobagem, mas esse fenômeno tem influência direta no desempenho do país em áreas fundamentais para o desenvolvimento, como os setores de infra-estrutura e energia. Especialistas apontam que nos próximos anos o Brasil terá de importar engenheiros do exterior para abrandar a demanda crescente, pois forma poucos profissionais, em relação aos países desenvolvidos, como os Estados Unidos e Japão e, também aos emergentes, como a Índia e a China. E muito disso deve-se à falta de interesse dos estudantes pela matemática, ministrada como um bicho de sete cabeças nas escolas.

O ponto positivo foi a universalização do ensino fundamental, conseguido nos últimos anos. Praticamente todas as crianças com menos de 14 anos estão na escola. Isso foi um grande avanço, em relação às décadas passadas. Agora, o governo federal promete olhar mais atenção para o ensino médio, quase que abandonado nas últimas gestões, além de distorcido e praticamente sem função, depois que perdeu seu caráter profissionalizante. A questão, porém, não é apenas colocar o aluno na escola. É fundamental dar-lhe condições em termos de material didático, nível dos professores, estrutura das escolas e qualidade de ensino propriamente dita. Aliás, estrutura falha desde a pré-escola até a pesquisa acadêmica pós-diploma universitário. Nesse último quesito, ainda estamos a anos-luz do cenário dos países desenvolvidos. Enquanto no Brasil 30 mil cientistas desenvolvem pesquisas, os Estados Unidos contam com 800 mil. Dá para comparar? Dá para competir?

Esse momento de crise é uma oportunidade para reflexão. O Brasil precisa ter uma visão mais empresarial para conseguir cada vez mais destaque no mercado mundial e tem condições, inclusive, de lidar melhor com o terremoto financeiro que abalou o mundo, já parece ter atingido com maior impacto outros emergentes, como a Rússia e a China. Enquanto eles convivem com o aumento das desigualdades, o Brasil está navegando na direção certa, com um mercado interno de consumidores em pleno crescimento. Mas não dá para dormir sobre os louros. Se a meta foi alcançar o sonhado desenvolvimento sustentado, será preciso desatar alguns outros nós. Se esquecer que a prioridade das prioridades é a educação, que há décadas está a merecer uma atitude mais robusta das autoridades, para possibilitar que os jovens possam ser preparados, com melhor sucesso, para o mundo do trabalho e o exercício da cidadania desde os bancos escolares.


Nota do Editor: Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e diretor da FIESP.

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