De cada dez funcionários, nove usam seus computadores de trabalho para fim pessoal. Talvez o antropólogo Roberto da Matta interprete esse resultado da pesquisa feita pelo instituto Qualibest como mais uma manifestação de um marcante aspecto da cultura brasileira: a confusão entre os conceitos público e privado. Ou seja, os brasileiros têm dificuldade para separar onde acabam seus direitos e onde começam os dos outros. Por isso, joga-se tanto lixo nas ruas e córregos. Por isso, constatam-se tantos casos de corrupção da política. Por isso é que, durante a jornada, a ferramenta de trabalho deixa de ser usada para a produção e se transforma num foco de distração. O acesso ao e-mail particular foi a atividade mais comum e foi citado por 79%, seguido por uso de buscadores (63%), sites de notícias (58%) e internet banking (52%). Teve até quem respondesse que usam o PC do trabalho para fazer compras on-line (42%). A pesquisa foi feita com 1.442 trabalhadores de todo o País com acesso a computadores conectados à internet e entre os 87% que assumem o uso para fins não profissionais, 67% admitem que os aplicativos atrapalham seu rendimento ou não souberam avaliar a questão. O CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola também radiografou o comportamento dos estagiários ao navegar a rede: 68% acessam o portal da entidade à procura de estágio, 63% buscam também outros sites e em terceiro lugar entre os usos mais freqüentes surge a categoria de diversão e entretenimento – se bem que apenas 15% assumem que podem usar a internet durante o estágio. A pesquisa foi respondida por 5.841 jovens. Pensando em auxiliar os estudantes a tirar melhor proveito dessa ferramenta em prol do seu próprio programa de capacitação, o CIEE lançou em dezembro o curso E-mail e internet: uso adequado no ambiente corporativo, que pode ser feito gratuitamente em qualquer computador com conexão à rede. O jovem descobre a responsabilidade que têm em mãos ao acessar a internet profissionalmente: muitos sites podem provocar a contaminação dos computadores por vírus ou ainda sobrecarregar a rede, diminuindo a velocidade de conexão em todas as outras máquinas. O mau uso da internet pode afetar não só a imagem do estagiário, como também de toda a empresa. Além disso, ele não pode usar a mesma linguagem do Orkut e do MSN na empresa, onde é exigida uma comunicação formal. A inscrição para esse curso é gratuita e pode ser feita no site www.ciee.org.br, que contém também 23 outras opções que ajudam o estudante a se preparar antes, durante e até mesmo após seu estágio. Além de apostila para download, os alunos contam com serviço de monitoria on-line e esclarecimento de dúvidas por meio de salas de bate-papo, FAQs (frequent asked questions ou dúvidas mais freqüentes) e e-mails. Todos os cursos oferecem certificados para os aprovados. Nota do Editor: Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE, da Academia Paulista de História – APH e diretor da Fiesp.
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